Ativismo judicial no dos outros é refresco

Ativismo judicial. Já ouviu falar neste termo?

Aqui no Brasil, o bolsonarismo tem sido a mais vocal, mas não única, força política a condenar o ativismo do nosso Supremo. Aqui temos um Supremo predominantemente progressista contra um Executivo conservador.

Nos EUA os papeis se invertem: um governo progressista contra um Supremo conservador. O presidente Biden rotulou a decisão da Suprema Corte de anular a Roe vs. Wade de “outrageous”, revoltante. E a Economist faz coro, dizendo que o Supremo não pode ter este tipo de “ativismo”.

No fundo, mais uma vez, não se trata de um problema conceitual sobre as atribuições da Corte Suprema, mas sobre o tipo de decisão que a Corte toma. Se me agrada, está cumprindo o seu papel. Se não me agrada, está sendo ativista. E isso vale para todas as colorações políticas.

Nome aos bois

O senado argentino legalizou o aborto até as 14 semanas de gestação.

A deputada Sâmia Bomfim, como toda boa feminista, comemorou o resultado.

Mas a deputada errou em seu outro post, de dois dias antes, comemorando a chegada do filho. Vamos ajudá-la.

“13 semanas do feto Bomfim Braga”.

Aliás, deveria ser só “13 semanas do feto”, porque nome normalmente é dado para gente.

Coerência

Ao proibir o trabalho insalubre de gestantes, o STF reconhece o status legal dos nascituros. Sim, porque a única diferença entre uma mulher grávida e uma não grávida é o nascituro. Se a primeira não pode trabalhar em condições insalubres e a segunda pode, então só pode ser por causa da existência do nascituro.

O ministro Marco Aurélio Mello foi o único a divergir, defendendo a “liberdade da mulher no sentido maior”. Nenhuma referência ao nascituro. Marco Aurélio Mello passa a ser o único ministro do STF que pode defender o aborto sem cair em contradição.

Agradecimento

Steve Jobs era adotado. Em determinado momento da vida, começou a procurar seus pais biológicos. Assim Jobs justificou a busca pela sua mãe, conforme a biografia de Walter Isaacson:

“Eu queria ver minha mãe biológica principalmente para saber se ela estava bem e para lhe agradecer, porque felizmente não fui abortado. Ela tinha 23 anos e passou por muita coisa para me ter”.

Sem mais.