Saldão do 1o dia de campanha no 2o turno

Saldão do 1o dia de campanha no 2o turno:

– Haddad foi a Curitiba, receber novas orientações de seu chefe. Levou uma bronca, porque é claro que não deveria estar ali, aquilo seria visto como um radicalismo, como ele não sabia disso? Foi dispensado de novas visitas, e orientado a “amaciar” alguns pontos do seu Programa de Governo, como uma nova constituinte. Haddad, que estava pouco à vontade em seu figurino radical, vai poder finalmente despir a fantasia e assumir toda a moderação que Deus lhe deu. (Deus não, que ele é ateu. Lula.)

– FHC declarou sua neutralidade. Nada que resista ao Haddad “social-democrata” que se apresentou na entrevista ao JN.

– Bolsonaro recebeu apoios políticos: Ana Amélia, tentando reconstruir suas pontes com o PP do RS, Amazonino Mendes e João Doria, procurando surfar na popularidade do ex-capitão no 2o turno de seus respectivos estados. O caso de Amazonino Mendes é interessante: é do PDT, mesmo partido de Ciro, e no Amazonas a disputa foi muito igual entre Bolsonaro e Haddad. Ou seja, não teria motivo para não apoiar Haddad. No caso de Doria, o amor não foi correspondido: Bolsonaro disse que será neutro na disputa paulista.

– Haddad também recebeu apoio político. De Boulos. […] Não, Haddad ainda não recebeu apoio político.

– Bolsonaro mesmo não fez nada, a não ser a entrevista no JN. Deu um puxão de orelhas ao vivo e em cores no General Mourão por suas declarações desastradas. Só faltou dizer: “Mourão, aprende com a Manu D’Ávila, fica calado no canto aí”.

– Um capoeirista petista foi morto por um maluco bolsonarista. Foi facada. Haddad, provavelmente, já deve estar pensando em um estatuto do desarmamento envolvendo armas brancas.

Os limpinhos da política

Acho realmente curioso como Ana Amélia está sendo atacada pelos “limpinhos da política”.

Ela tem reputação, e se notabilizou por ser algoz do discursinho do PT no Senado, tendo tido papel de destaque no impeachment.

E tudo isso sendo filiada ao PP.

Ao P E P Ê.

Sim, o PP do Petrolão e de Ciro Nogueira. O PP, quintessência do Centrão.

Enquanto Ana Amélia estava bem acompanhada dos impolutos pepistas, os “limpinhos da política” babavam ovo.

Mas agora não. Agora se aliou a Alckmin, o representante do coisa ruim no Brasil. Aliou-se ao Centrão! Como se o PP, partido da senadora (repito: partido da senadora), não pertencesse ao Centrão.

Se Ana Amélia tivesse se aliado a Bolsonaro ou a Amoêdo, estariam agora os “limpinhos da política” festejando. O fato de a senadora pertencer ao PP do Petrolão e de Ciro Nogueira seria um mero detalhe.

Quando Bolsonaro cortejava Magno Malta, não vi nenhum bolsonarista fazer reparos ao chefe do partido do senador, o notório Valdemar da Costa Neto.

“Ah, mas ele iria na cota pessoal, não traria o Centrão junto.”

Sim, e Ana Amélia irá na cota pessoal de Alckmin. A senadora não compactua com as práticas pouco republicanas do Centrão, assim como Magno Malta. A senadora Ana Amélia tem uma respeitabilidade acima de qualquer suspeita. A sua escolha me diz mais sobre o caráter de Alckmin do que sobre o dela.