Jogo ganha-ganha

Tenho lido de analistas ainda confusos com o que aconteceu em Cingapura que o grande vencedor do encontro foi o gordinho coreano.

Kim Jong-Un teria sido alçado por Trump a estadista mundial. Trump, por outro lado, estaria desesperado por um acordo (qualquer acordo) que compensasse seus supostos fracassos na arena global, o último deles na cúpula do G7.

O que me faz espécie nesse tipo de análise é a premissa subliminar de que, em uma negociação, um lado sempre sai perdendo. Ou, por outra, que a vantagem de um dos lados sempre se dá às custas da derrota do outro. Ora, como Kim foi o grande vitorioso, então Trump saiu diminuído do encontro.

Essa premissa é bem característica de quem vê no comércio algo vil, sujo. Para essas pessoas, o comércio é sinônimo de expropriação: um lado está sempre levando vantagem sobre o outro. Não se trata de uma troca entre homens livres em busca de seus próprios interesses. Alguém sempre estará sendo enganado.Nessa linha, a privatização vira “entrega” das empresas estatais e empresários viram exploradores da mais-valia.Trump e Kim Jong-Un têm seus próprios interesses e ambos foram vitoriosos à sua maneira. São comerciantes, que viram a oportunidade de uma relação ganha-ganha. Qual exatamente o problema com isso?

O lado errado da história

Obama ganhou o Nobel da Paz só pelo fato de existir.

Trump não vai ganhar um Nobel da Paz mas nem se os dois coreanos se beijarem de língua.

Nada como estar do lado certo ou do lado errado da história.