Com a palavra, um dos artífices da maior recessão da história do Brasil, dando lições de como crescer para os gringos.
Glossolalia ininteligível
Um doce para quem conseguir decifrar este artigo.
Meu palpite é de que se trata de uma crítica aos que acreditam que a matemática seja uma ciência exata. Mas não estou bem certo.
Pelo menos, a uma conclusão eu cheguei: lendo este artigo, fica fácil de entender porque a tal “Nova Matriz Econômica” não tinha como dar bom resultado. Suas bases teóricas (se é que isso existe) não passam de uma glossolalia ininteligível, procurando dar um verniz de erudição à simples revolta contra “ tudo isso que está aí”. Brizola talvez tenha sido o último político capaz de traduzir essa gororoba para o povo. Lula nunca acreditou nessa bobajada. E Dilma não era ininteligível à toa: não é pra qualquer um traduzir essa tempestade cerebral.
Ciro Gomes é quem atualmente está tentando trazer para o mundo real esse turbilhão de ideias peregrinas. Para o bem de todos, é melhor que não consiga.
A Política Industrial certa
Então ficamos assim: dar incentivos para a indústria não está errado. Erradas foram as escolhas feitas. Mesmo que, na época, tenham sido aplaudidas de pé por estes mesmos que agora as criticam.
Quer dizer: o erro não está na ideia de política industrial, mas na sua implementação porca. Que sempre é aplaudida até o momento em que dá com os burros n’água, quando então será acusada de não ser a política industrial “certa”.
E assim vamos, de política industrial em política industrial, enquanto o trabalho árduo de simplificação tributária, desburocratização, qualificação de mão de obra, enfim, tudo aquilo que aumentaria a produtividade do país, vai ficando para as calendas.
Seria folclórico se não fosse trágico
O que os “intelectuais e artistas” propõem para nos tirar do buraco em que o modelo clepto-desenvolvimentista nos meteu? A mesmíssima fórmula que nos meteu nesse buraco.
Seria folclórico se não fosse trágico. Este texto é a sinopse da desgraça do Brasil e dos hermanos latino-americanos. Nada sintetiza tão bem a obtusidade ideológica que nos trouxe até aqui. A demonização dos rentistas combinado com o desejo de que haja investimentos privados, a convivência de taxas de juros baixas com câmbio desvalorizado na medida certa, e mais um sem-fim de baboseiras e incongruências anacrônicas, que somente colocam a nu o viés ideológico ou a desonestidade intelectual dos signatários.
A maior recessão da história não foi suficiente pra esse pessoal. Eles somente descansarão quando o Brasil tornar-se uma imensa Venezuela.
Aventura irresponsável
Este documento já virou histórico, é para ouvir e guardar.
Mas queria chamar a atenção para o que vai de 1h10 a mais ou menos 1h25 do depoimento, quando MO descreve a saga das sondas da Petrobras e a constituição da Sete Brasil. É, sem dúvida, um dos maiores testemunhos do que acontece quando os destinos de um país são entregues a obtusos ideológicos.
MO descreve como Dilma queria porque queria que as sondas para exploração do pré-sal fossem construídas no Brasil, e com conteúdo nacional. Os coreanos são, de longe, os mais eficientes construtores deste tipo de equipamento, mas Dilma propôs compensar a nossa falta de eficiência com capital subsidiado. MO perguntou várias vezes a vários acionistas da Sete Brasil como aquela conta fechava. Como se viu, não fechava.
Por um lado, Dilma e o PT aumentam o custo Brasil ao defender uma legislação trabalhista retrógrada. De outro, subsidiam o capital para os grandes grupos empresariais, tirando dinheiro de outras necessidades urgentes, como educação e saúde. Assim, posam de defensores dos trabalhadores, quando, com a outra mão, tiram dinheiro desses mesmos trabalhadores para alimentar delírios desenvolvimentistas.
A roubalheira revelada por MO é grave. Mas é apenas uma fração do que o país perdeu com essas aventuras irresponsáveis.
Grande serviço prestado ao país
Quem ainda tem estômago para ler as “análises” dos auto-declarados “economistas (sic) desenvolvimentistas”, vai perceber que a tática é jogar nas costas do Levy o desastre que foi o ano de 2015. E não vai adiantar nada o ano de 2016 ser pior ainda, pois a “herança maldita” do Levy terá sido muito pesada, e o coitado do Barbosa precisa trabalhar ainda muito pra reverter a situação, e bla, bla, bla. Como disse um desses “economistas”, o Levy mostrou como teria sido horroroso um mandato de Aecio Neves.
Parabéns, Levy. Sua passagem pelo Ministério da Fazenda só serviu pra isso: álibi perfeito e eterno para o discurso cínico da petezada. Obrigado Levy, pelo grande serviço prestado ao país.
Sem limites
Belluzo, em entrevista ao Valor de hoje (sim, depois de tudo, veículos da grande imprensa ainda dão voz aos Belluzos, Pochmanns e Bressers), põe a culpa da crise no programa econômico “dos adversários” implementado pelo Levy.
Se a culpa é “dos adversários” com o PT no poder, imagine se o Aecio tivesse ganho as eleições…
A cara de pau dessa gente não tem limites.
O Brasil é irritantemente previsível
Hoje eu assisti 5 minutos de Marcio Pochmann na Globo News. Aprendi muita coisa.
Aprendi, por exemplo, que os dois últimos grandes “blocos de investimento” (o que quer que isto signifique) ocorreram na 2a metade da década de 50 com JK e na 2a metade da década de 70 com Geisel. E que o PAC era para ser esse “bloco de investimento” na 2a metade da década passada, mas transformou-se em política anti-cíclica por conta da crise de 2008/09. Essa parte eu não entendi muito bem, mas acho que seria assim como um Pokemon que evolui: o Pikachu-investimento evoluiu para o Pikachu-contracíclico. De qualquer modo, entendi que não funcionou.
O que Marcio Pokemon, quer dizer Pochmann, não contou foi que os “blocos de investimento” de JK e Geisel desembocaram em dívidas imensas e inflação descontrolada no início das respectivas décadas seguintes.
O Brasil é irritantemente previsível.