Parabéns, Lula!

“Tenho consciência de que fizemos o melhor para o Brasil e para o nosso povo, mas sei que isso contrariou interesses poderosos dentro e fora do País. Por isso tentam destruir nossa imagem, reescrever a história, apagar a memória do povo. Mas não vão conseguir.”

Dizem que esta carta, divulgada ontem, é do Lula. Duvido. Deve ter sido fabricada pela campanha do Bolsonaro, só pode ser.

A 5 dias das eleições, quando Haddad já conseguia começar a convencer de que ele era um “novo PT”, mudando trechos relevantes do programa de governo e ensaiando um incipiente mea culpa, vem essa carta lembrando o que Lula e o PT são: um conjunto de mistificações e uma eterna luta entre “nós e eles”. Hoje é o fascista Bolsonaro, ontem era o neoliberal PSDB, todos inimigos do povo.

Não tem nada melhor que Bolsonaro pudesse ter feito para inflamar a sua militância e afastar a possibilidade de uma “frente democrática”. Parabéns, Lula!

Um pouco de otimismo

Bolsonaro propõe a independência do BC, enquanto Haddad volta atrás no plano de “mandato dual” e reafirma a autonomia do BC.

Quem diria que, há somente 4 anos, Marina Silva foi pulverizada na TV por propor a independência do BC, que teria como consequência o desaparecimento da comida da mesa do brasileiro.

O mesmo aconteceu com as privatizações. Há 12 anos, Alckmin foi pulverizado por uma campanha anti-privatização do PT, a ponto de ter a brilhante ideia de vestir o “jaleco das estatais”.

Hoje, Paulo Guedes propõe uma “privatização selvagem” e o PT sequer toca no assunto.

Sai otimismo, sai desse corpo que não te pertence!

A campanha pelo WhatsApp

Tirei (eu, pessoalmente, não recebi de ninguém) esta foto hoje pela manhã.

É a tela do celular de um colega de trabalho, que foi adicionado à revelia em um grupo de apoio ao Haddad.

Ele, assim como vários outros que foram adicionados da mesma forma a este grupo, saíram. Vários, como ele me mostrou, saíram xingando, batendo a porta.

Três conclusões:

1) De fato, existem ações no WhatsApp para distribuir material de campanha. Esta é uma delas, agregar pessoas a grupos de interesse. Se colar, colou. Outra, que consigo imaginar mas nunca vi nem conheço pessoas que viram, é receber diretamente materiais de campanha de um número estranho, não cadastrado. Uma terceira, é receber coisas de amigos e repassar. Esta terceira, sinceramente, considero legítimo. Não vou desenvolver meu raciocínio aqui, pois vou elaborar mais em um post dedicado a este assunto.

2) A pessoa pode simplesmente sair do grupo. Questiono muito a efetividade desse tipo de ação. Se a pessoa não aderiu voluntariamente a um grupo, a chance de repassar materiais parece-me muito reduzida.

3) Last but not least, o spam veio da campanha do PT. Mas aqui o dinheiro pra financiar deve ter sido limpinho…

Apoio adequado

Antonio Cláudio Mariz é um criminalista dos bons. É contratado a peso de ouro por acusados de corrupção, pois conhece todos os meandros do labirinto jurídico brasileiro. Mariz é firmemente contra a prisão após condenação em 2a instância. Ele defende o direito de corruptos de prolongar seus julgamentos ad eternum em liberdade.

Muito adequado seu apoio a Haddad.

Meu maior defeito

Haddad reconhecendo os erros do PT me faz lembrar aquelas entrevistas de emprego:

Entrevistador: qual o seu maior defeito?

Candidato: meu maior defeito é trabalhar muito, não consigo parar!

A dificuldade em reconhecer erros

Análise do inefável Bernardo Mello Franco sobre o aumento da rejeição a Haddad.

Bernardo descobriu o problema: as “fake news”, que estariam sendo espalhadas sob o olhar complacente do TSE, que estaria de braços cruzados.

Desta brilhante análise não constam a mudança brusca e artificial na identidade visual da campanha, a comunhão da Manuela, o apoio tóxico de Boulos. Nada disso. O culpado é o Olavo de Carvalho, que prega para convertidos.

Assim como o partido, os jornalistas petistas têm uma enorme dificuldade em reconhecer erros. Cid Gomes que o diga.

História pregressa

Não conhecia essa história pregressa do Mario Sérgio Cortella, convidado para ser o ministro da educação do Haddad.

Sempre o achei um embuste, mas não sabia porque.

Agora eu sei.