Não é pelos R$ 0,20

Este movimento dos caminhoneiros começa a se parecer com os protestos de junho de 2013.

Lembro até hoje as caras patéticas dos ministros e da própria Dilma, procurando um interlocutor para saber quais eram as “reivindicações”. Como se fosse um protesto sindical.

O governo Temer encontrou interlocutores, até descobrir, horrorizado, que eram apenas representantes de si mesmos.

Foram dados descontos nos preços dos combustíveis e outras prebendas, mas os caminhoneiros sabem que acordos com governos não valem a tinta da caneta.

O buraco dos caminhoneiros é mais embaixo, e é o mesmo do restante dos brasileiros: um Estado inchado, balofo, incompetente, sequestrado por corporações mesquinhas e liderado por políticos sem um mínimo de estatura.

Não é pelos R$ 0,20.

Trump sempre é o culpado

A reportagem está incorreta. Temer também condenou o ataque, ao vivo e em cores.

Enquanto os “analistas” da Globo News e as viúvas do Lula desancam Trump, os principais líderes mundiais se alinham com uma ação que visa intimidar um regime sanguinário e que só entende a linguagem da bala.

Macron, o queridinho da política mundial ao lado do fofo Trudeau, não apoiou a ação somente com palavras: mandou seus caças Rafale para bombardear também. Mas sabe como é: mais fácil demonizar Trump.

Temer, seu lindo!

Greve na CUT!!!

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Temer seu lindo!

Perdão pelo quê?

Lula e Dilma generosamente se dispõem a perdoar quem bateu panelas e defendeu o “golpe”.

Fiquei pensando: eu deveria pedir perdão pelo que?

Pela inflação ter caído de 11% para 3%?

Pelos juros terem caído de 14% para 7%?

Pelo fim do imposto sindical?

Pela flexibilização dessa excrescência autoritária chamada CLT?

Pela privatização da Eletrobrás?

Está difícil, me ajudem. Não consigo pensar em nada pelo qual eu devesse pedir o perdão de tão magnânimas figuras.

Um país dividido

Muito se tem falado sobre o silêncio das ruas. Por que os mesmos que bateram panelas e invadiram as ruas para a Dilma e o PT estão recolhidos ao calor de seus lares quando se trata de protestar contra a corrupção do atual governo?Todo mundo está dando palpite, então vou dar o meu também.

Na verdade, acho que a pergunta está errada. O que se deve perguntar é porque raios a classe média saiu às ruas e bateu panelas em 2015/16.

Desde que me conheço por gente, as únicas manifestações de rua da classe média haviam sido as diretas-já em 1984, a campanha pelo impeachment do Collor em 1992 e as passeatas de 2013, exigindo “padrão-FIFA” do Estado brasileiro. Mas nada se compara ao que aconteceu em 2015/16, em duração e tamanho.

Então, a regra é que a classe média fica em casa. Portanto, os últimos meses foram a regra, não a exceção. E por que a exceção de 2015/16?

Em primeiro lugar, o protesto contra a corrupção está longe de explicar o que aconteceu. Não faltaram corruptos notórios na história do Brasil, e que não mereceram passeatas multitudinárias. Minha hipótese é a seguinte: as manifestações ocorreram porque a corrupção foi encabeçada pelo PT.

FHC, em artigo de hoje no Estadão, relembra que Brizola dizia que Lula era a “UDN de macacão”. UDN era a sigla da União Democrática Nacional, partido que se destacava por ter um programa liberal, e apontar a corrupção do sistema político, principalmente sob Getúlio Vargas. A esquerda, sempre que quer desmoralizar um adversário que aponta seus defeitos, chama a crítica de “moralismo udenista”.

Pois bem. O PT cresceu criticando as estruturas carcomidas do estado brasileiro pela corrupção. Por isso, a observação de Brizola. E mais: quem não era PT e não apoiava a pauta “progressista”, era intrinsecamente corrupto, segundo o PT. Se você não é esquerda, você é ganancioso. Se você não vota no PT, você faz parte da elite insensível. Se você não é “progressista”, você não gosta de pobre.

O PT sempre se colocou como “O BEM”. Até hoje. Mesmo depois de tudo, o PT não sai do seu pedestal, apontando o dedo para todos que não rezam pela sua cartilha.

Minha hipótese, então, é a seguinte: a classe média saiu às ruas para derrubar um governo que se colocou acima do bem e do mal. Temer (assim como Maluf, Quércia, Ademar de Barros, e tantos e tantos outros) pode ser corrupto até o fundo da alma, mas não se coloca como a encarnação do BEM, contra o qual só pode haver o MAL.

Para sair às ruas, é preciso ter raiva. “Angry men” saem as ruas. Minha hipótese é que ninguém fica realmente bravo com a corrupção. Fica chocado, fica sem esperança, fica desconsolado. Mas bravo mesmo, fica quando alguém te acusa de ser do mal só porque não concorda com as políticas populistas de um governo. Um governo corrupto não divide um país. O PT dividiu o país. Então, o outro lado saiu às ruas. Esta é a minha hipótese.

Má política econômica

Mais um balão de ensaio deste governo que vai cada vez mais se parecendo com o que o antecedeu. Desta vez, a eliminação da alíquota de 27,5% do IR para a pessoa física. Para não perder arrecadação, seria substituído por um imposto sobre dividendos.

Parece justo: diminui-se a carga tributária da classe média, enquanto tributa-se a renda dos mais ricos, os donos das empresas. Digamos que fosse isso. (Não é. Existem empresas dos mais diversos tamanhos, cujos donos não são milionários, além de acionistas minoritários das grandes empresas). Mesmo assim, seria política econômica ruim. Explico.

Qualquer investidor somente investe em um negócio se o retorno compensar o risco. Se os dividendos forem tributados, esta cunha fiscal fará com que o retorno líquido para o investidor seja menor. Portanto, para investir em um negócio, o investidor requererá um retorno maior, de modo a compensar o imposto adicional. Assim, menos negócios serão viáveis, resultando em menos investimentos. Isto, em um país que precisa desesperadamente de investimentos.

Então, como o governo tenta consertar isso? Subsidiando a taxa de juros para as empresas, via BNDES. Este subsídio aumenta a dívida pública e cria um mercado de dívida dual, forçando a taxa de juros cobrada dos pobres mortais para cima. Como a dívida pública pertence a todos os brasileiros, e a taxa de juros mais alta é paga direta ou indiretamente por todos os brasileiros, pobres ou ricos, ficamos assim: alivia-se a carga tributária da classe media-alta, transferindo-se essa carga tributária para a população como um todo.

Mas não para por aí. O BNDES não consegue, até por restrições orçamentárias, compensar todo o aumento de imposto. Portanto, uma parte deste aumento da carga tributária vai parar nos preços dos produtos, naqueles setores em que é possível repassar. Assim, novamente, toda a população paga.

Resumindo: uma simples medida populista é capaz de diminuir o nível de investimentos, elevar as taxas de juros e piorar a distribuição de renda. Obviamente, trata-se apenas de um balão de ensaio, não acredito que o governo Dilm… ops, quer dizer, Temer, faria isso.

Parabéns, Temer!

O ENEM não vai mais publicar a média da nota por escola.

O que vai acontecer?

1. Vazamentos. A nota continua existindo, só não vai ser divulgada “oficialmente”.

2. Cada escola vai divulgar a “sua” média, sem um auditor externo, que era o próprio ENEM.

3. As escolas medíocres poderão continuar em sua mediocridade sem serem mais incomodadas.

Parabéns governo Temer, por desmontar uma das raras iniciativas positivas do governo do PT.