Horário de verão: é de esquerda ou de direita?
Bananão Temer
Em 15/12/2017, um decreto presidencial alterou o início da vigência do horário de verão, que passou a ser a partir do 1o domingo de novembro, e não mais a partir do 3o domingo de outubro, como determinava o decreto anterior.
Esta mudança ocorreu para evitar que se esperasse 3 horas para o início da divulgação dos resultados das eleições, tempo suficiente para que os eleitores do Acre pudessem votar.
No dia 18/01/2018, portanto um mês após a mudança acima citada, o Inep divulgou as datas das provas do Enem, coincidindo com o novo início do horário de verão.
No dia 26/09/21018, portanto 9 meses após o anúncio do novo início do horário de verão e a pouco mais de um mês para o seu início, o ministro da Educação pediu o seu adiamento para o dia 18/11, pois haveria coincidência com a data das provas do Enem.
No dia 03/10/2018, o presidente Michel Temer, acata o pedido do ministro, e muda novamente o início do horário de verão, desta vez para o dia 18/11.
As empresas aéreas informam que milhares de voos serão prejudicados, principalmente aqueles que dependem de conexões internacionais, pois não daria tempo para adaptar a malha aérea ao novo horário.
Ontem, dia 15/10/2018, o presidente recuou e manteve o início do horário de verão para o primeiro domingo de novembro, conforme o decreto de 15/12/2017.
Resumindo:
– o governo brasileiro insiste em manter o horário de verão, de eficácia cada vez mais duvidosa para a economia de energia
– para que os eleitores do Acre (que representam 0,4% do total de eleitores do país) não fossem influenciados em sua escolha eleitoral, o início do horário de verão foi adiado em duas semanas. Não teria sido mais fácil simplesmente adiar o início da apuração para depois do fechamento da última urna?
– passaram-se 8 meses até que o Inep “descobrisse” que a prova do Enem coincidiria com o início do horário de verão. Ao invés de demitir o ministro da Educação, o presidente Bananão Temer acatou o pedido de adiamento por mais duas semanas.
– as empresas aéreas então avisaram o “presidente” que, se ele não quisesse enfrentar quebra-quebra em aeroportos, seria melhor repensar o adiamento.
– o presidente Bananão Temer então recua pela 387a vez em seu governo. Sim, o ministro da Educação continua no mesmo lugar, e quem vai pagar o pato são os estudantes.
Já imaginou isso acontecendo na Alemanha, no Japão ou nos EUA? Não? Por isso é que eles são quem são e nós somos o que somos.