Autópsia de um parasita

Artigo delicioso hoje no Valor sobre o impacto do fim do imposto sindical sobre os sindicatos, tanto patronais quanto de trabalhadores.

De modo geral, estão descobrindo o maravilhoso mundo da iniciativa privada, onde é necessário agregar valor ao cliente para faturar o suficiente de modo a equilibrar as contas.

O presidente de uma confederação patronal disse: “Será difícil fazer a assistência que desejamos aos nossos associados”. Resta saber se os associados desejam a assistência que o sindicato deseja dar. Pelo visto, não.

O fim do imposto sindical colocou a nu uma situação já amplamente conhecida: o sistema sindical brasileiro não passava de um parasita que sugava uma parte dos rendimentos de empresas e trabalhadores sem agregar valor, sendo assim uma das muitas fontes da baixa produtividade brasileira.

Vários estão planejando pressionar Brasília pela volta do imposto. É mais fácil convencer os congressistas da importância da existência dos sindicatos do que os supostamente protegidos pela sua existência.

Deputado safado

Ainda vou entender a influência que os sindicatos, mesmo sendo somente representantes de si mesmos, têm sobre os políticos.

E vou querer nome e sobrenome do deputado safado que votar a favor disso aí.

Pegadinha do malandro

Temer vai mandar MP ressuscitando o imposto sindical.

Gilmar Mendes vai virar o seu voto, e penas de prisão somente poderão ser executadas após o julgamento em última instância.

O Brasil é uma eterna pegadinha do malandro.

Chega de palhaçada

Temer vai vetar o fim do imposto sindical, para angariar a boa vontade das centrais sindicais em relação à reforma trabalhista.

Quem os sindicatos representam? Se fosse os trabalhadores, estes sustentariam os sindicatos, e então não seria necessário o imposto. Se é necessário o imposto, então os sindicatos não representam ninguém, e seu apoio à reforma trabalhista é dispensável.

Nas eleições de 2018, farei apenas uma pergunta aos candidatos: o(a) senhor(a) vai acabar com o imposto sindical? Ganhará meu voto quem responder sim. Se ninguém responder sim, anularei o meu voto. Chega de palhaçada.

O corporativismo continua firme e forte

Alguns números:

– Cunha foi eleito presidente da Câmara há dois anos com 267 votos. Hoje, Maia foi eleito com 293 votos.

– Em 2015, Arlindo Chinaglia, do PT, recebeu 136 votos. Hoje, a soma dos candidatos do “campo progressista” (André Figueiredo, do PDT e Luíza Erundina, do PSOL) receberam, no conjunto, 69 votos. Ou 13,5% da Câmara.

A isto se resume a esquerda ideológica no parlamento brasileiro. Fazem muito barulho, queimam pneus, quebram vidraças, mas são irrelevantes politicamente.

Infelizmente, porém, isso não significa que os liberais estejam em maioria. O grande inimigo do povo, o corporativismo, continua firme e forte. Privatização da Petrobras, nem pensar. Fim do imposto sindical, um sonho de uma noite de verão. Fim da estabilidade do funcionalismo público, faz me rir. Neste ponto, a esquerda ideológica e o centrão corporativista se dão as mãos para espoliar o povo brasileiro.