Não há dúvida sobre em quem não votar

Major Olímpio apoia França.

Skaf apoia França.

Os interesses corporativos do funcionalismo público e da indústria se unem em torno do candidato do PSB, partido que declarou apoio ao PT nacionalmente.

Alguma dúvida em quem não votar?

Em tempo: Doria não é do PSDB. Doria tomou de assalto o PSDB. Doria é o PSDB que gostaríamos de ter desde o início.

É o que temos para hoje

Esse match eleitoral da Folha está bem legal (https://matcheleitoral.folha.uol.com.br/)

Deu pra escolher um deputado federal com 90% de match! Pra senador, o máximo que consegui foi 69% com o senador do Novo.

Aliás, o quadro de senadores de São Paulo está um deserto de homens e de ideias. Nas minhas respostas, dei mais importância às questões econômicas (reforma da previdência, privatizações, protecionismo, etc), deixando as questões de costumes em 2o plano, com exceção do aborto. Descobri que, com exceção do candidato do Novo, todos os outros, sem exceção, parecem ter saído do Jurassic Park. Quando um candidato como Major Olimpio aparece no top 3, você sabe que estamos perdidos. Enfim, é o que temos para hoje.

Ligando os pontos

Vamos brincar de ligar os pontos.

Ponto 1: segundo o IBGE, mais de 52 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha de pobreza segundo critério do Banco Mundial, que significa sobreviver com menos de R$ 387/capita por mês. Abaixo da linha da extrema pobreza (menos de R$ 133/capita por mês) estão mais de 13 milhões de brasileiros. Reportagem no Estadão traz a história de uma família de 9 pessoas no Maranhão, que vive com renda mensal de R$ 60, e que não conseguiu ingressar no Bolsa Família.

Ponto 2: em artigo no Valor Econômico de ontem, o professor do Insper, Naércio Menezes (muito bom e sério, foi meu orientador no mestrado), afirma que seriam necessários R$ 35 bilhões/ano para tirar todos os brasileiros da pobreza. Segundo ele estima, dos R$ 74 bilhões gastos atualmente com Bolsa Família e Benefícios de Prestação Continuada (BPC), apenas R$ 34 bilhões vão para os realmente pobres. Há um problema de foco, além de recursos.

Ponto 3: o governo adiou a votação da reforma da Previdência para fevereiro. Ao que consta, a maior pressão agora vem dos funcionários públicos. Segundo reportagem do Estadão de hoje, haveria duas frentes de defesa do funcionalismo na Câmara, uma como 201 (!) deputados e outra com 238 (!!) deputados. Isso, em uma Câmara com 513 deputados. O deputado Major Olímpio afirmou: “É uma estratégia podre de satanizar o funcionário público, como se ele tivesse privilégios, como se a culpa fosse dele”. O deputado Rogério Rosso disse: “Não podemos aceitar a estigmatização dos servidores públicos, como se eles fossem os culpados pelos problemas da Previdência”. Lembrando que o que está sendo defendido é o direito dos funcionários públicos de se aposentarem com salário integral sem limite de idade, um sonho distante para os brasileiros que vivem fora do aquário. O déficit da Previdência em 2017 será de R$ 185 bilhões: 45% desse déficit (R$ 83 bilhões) servirá para pagar 3% dos aposentados (funcionalismo público).

Ponto 4: O PMDB do Maranhão anunciou aliança com Lula nas eleições do ano que vem. O PMDB do Maranhão reúne José Sarney, Roseana Sarney e Edison Lobão. Segundo o instituto Vox Populi, Lula tem 65% das intenções de voto no Estado. O IDH do Maranhão em 2010 era de 0,639, penúltimo lugar na lista dos Estados brasileiros, somente superado pelas Alagoas de Renan Calheiros.