As Maravilhas da Matemática

Hoje é o Dia Nacional da Matemática. A data, 06 de maio, é homenagem ao nascimento do escritor Júlio César de Mello e Sousa. Não conhece? Quem sabe você conheça o seu pseudônimo: Malba Tahan.

Malba Tahan despertou meu amor à Matemática através de um de seus muitos livros. Não, não foi O Homem Que Calculava, sua mais famosa obra. Fui ler O Homem Que Calculava já quase adulto. Livro espetacular, mas que já me pegou em uma fase em que as convicções já estão formadas, assim como a torcida por determinado time.

Refiro-me ao livro As Maravilhas da Matemática.

Nesta obra, Malba Tahan vai contando, em capítulos curtos e com sua prosa envolvente, as muitas curiosidades da Matemática, suas histórias e seus truques. Em linguagem acessível mesmo para uma criança de 10 anos, Malba Tahan percorre desde o ângulo perfeito das células das colmeias até o pouco caso com que as pessoas tratam o respeitável milhão, passando pelas propriedades da proporção de ouro, pelas histórias de grandes matemáticos e muito mais.

O Homem Que Calculava é uma coleção de pequenos truques matemáticos, como se um mágico estivesse performando o seu espetáculo hipnótico diante de seus olhos. Já As Maravilhas da Matemática é um compêndio das pequenas pérolas escondidas neste grande oceano da Matemática.

Acho que nenhum ser humano é uma página em branco depois de sua primeira infância. Mesmo antes de começar a receber educação formal, o ser humano já tem suas inclinações, fruto de uma mistura de genes e influências do ambiente. Portanto, As Maravilhas da Matemática já deve ter encontrado em mim um espírito pronto para entender e amar a sua mensagem simples e profunda. De qualquer modo, não consigo deixar de pensar que este livro despertou em mim, ou trouxe à consciência, meu gosto pela Matemática.

Portanto, obrigado Malba Tahan! E parabéns pelo seu dia!

Mulheres matemáticas

Matéria do Financial Times (traduzida no Valor Econômico) aborda o fantástico fato de que praticamente 100% dos medalhistas de olimpíadas de matemática serem meninos.

Segundo os estudiosos do tema, cérebros de meninos e meninas são iguais. Portanto, a única explicação é que essa diferença seria resultado de uma “construção social”: o machismo estaria afastando as meninas da matemática.

Não fica claro porque os homens teriam monopolizado a matemática e não, por exemplo, línguas ou biologia. Talvez os estudiosos ainda não tenham chegado neste ponto em seus estudos.

Já tentaram de tudo, mas nada parece funcionar. A única mulher que ganhou a medalha Fields na história (o Nobel da matemática) veio do Irã, um país onde uma mulher ateou fogo em si mesma na semana passada por ter sido condenada ao entrar escondida em um estádio de futebol. Talvez os estudiosos pudessem estudar o Irã e suas práticas de “gender equality”. Quem sabe funcione.

Em outro ponto, a matéria lembra que a recordista feminina de medalhas em olimpíadas de matemática tem família de origem na antiga Alemanha oriental. A explicação, segundo os estudiosos, é que, na parte comunista do planeta, a mulher era valorizada como cientista. De onde concluo que perdemos uma chance de ouro de acabar com o machismo na matemática quando os EUA venceram a Guerra Fria. Uma pena.