“Não vota mais em mim”

Não faço parte do “bando de internautas constitucionalistas e juristas” que estão criticando a falta de veto ao juiz de garantias. Não entendo nada disso. Mas o grupo Prerrogativas entende. E estão comemorando. Para mim, é o que basta.

Sim, o juiz de garantias vai me prejudicar, na medida em que introduz uma 5a instância no combate ao crime, em uma já morosíssima justiça. “Não vota mais em mim”. Ok.

Clamor da sociedade

Entrevista com Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da secretaria de governo.

“Falta de clamor da sociedade” em apoio ao pacote anti-crime de Moro talvez seja um termo meio impreciso. Quem sabe “corpo mole do governo” fosse uma definição mais exata?

As eleições estão longe, muito longe. Mas Moro na cabeça de chapa poderia ser um termômetro melhor para medir o “clamor da sociedade” em relação à luta anti-crime.

A desinibição do crime

Este é um trecho do artigo de Antônio Claudio Mariz de Oliveira no Estadão hoje, criticando (que surpresa!) o pacote anti-crime de Moro. O doutor Mariz ganha a vida livrando brandidos endinheirados da cadeia. Nem ele deve ter notado o tiro no próprio pé ao defender o desencarceramento. Se não for a ameaça de ir para a cadeia, o que ele vai fazer da vida?

Enfim, vamos à questão colocada. “O mundo todo já reconheceu a ineficácia da pena de prisão”. Talvez seja por isso que só no Brasil ainda existam prisões. Ah, como deve ser bom viver em um país onde não existem prisões! O doutor Mariz poderia nos indicar ao menos um, para que pudéssemos visitá-lo.

“A prisão não inibe novos crimes”. Sim. Principalmente em países onde o Estado é incapaz de inibir a formação de quadrilhas dentro do estabelecimento prisional e o sujeito pode sair depois de cumprido um sexto da pena. Experimente deixar o bandido preso por 30 anos pra ver se não diminuiu o índice de criminalidade.

Além do mais, prisão não tem como objetivo principal “inibir” ninguém. Prisão serve para afastar o bandido do convívio social, lugar onde provou não estar preparado para estar. A prisão serve, antes de mais nada, para proteger a sociedade. A “reeducação” do preso é objetivo secundário. Que seria, inclusive, melhor atingido com penas mais duras.

O doutor Mariz nos alerta que o pacote anti-crime tem viés autoritário. Hoje, atinge os acusados e condenados, amanhã poderá ser qualquer um de nós. Sobre isso, só tenho uma coisa a dizer: me inclua fora dessa, doutor Mariz.

Comissão super-partidária

“Comissão supra-partidária”.

Hahahahshahhahahahshshhshshshshs

Alem dos intelequituais de sempre, temos a abrilhantar a tal comissão a presença do nobre advogado Mariz de Oliveira, defensor dos direitos humanos dos “criminosos-de-colarinho-branco-que-podem-pagar-advogados-milionários-para-adiar-ad-eternum-suas-condenações”. Não surpreende que o primeiro alvo da tal comissão seja o pacote do Moro.

Esse pessoal é muito previsível.