Onde a segurança “dá certo”

Parece que tem uma nova série no HBO, versando sobre o PCC. Diretor e produtor da série nos dão, em artigo publicado hoje, um gostinho do que nos espera.

A tese é surrada: o PCC nasceu nas prisões paulistas como fruto da repressão policial, traduzida em encarceramento seletivo e tortura. O PCC, portanto, seria uma forma de as vítimas do sistema se organizarem para lutar contra injustiças.

O tom cômico do artigo vem com os “conselhos” dado pelos artistas à polícia paulista: “investigação e prevenção inteligente de ações criminais” e “regulação estrita de armas de fogo e mercados ilegais”. O pessoal da segurança pública deve estar coçando a cabeça e pensando, “puxa, como não pensamos nisso antes?”. Claro que nada disso funciona sem “justiça social”. Claro.

Como a cereja do bolo cômico, os artistas introduzem seus conselhos com a frase “onde a segurança dá certo”. É de se perguntar: onde a segurança “dá certo”? São Paulo é, de longe, o estado mais seguro do Brasil por qualquer métrica. Coincidentemente, no mesmo jornal, temos uma notinha informando que foram registrados 288 homicídios dolosos na cidade de São Paulo no primeiro semestre deste ano, o menor índice dos últimos 21 anos.

Isso é equivalente a 5,2 homicídios por 100 mil habitantes, índice semelhante a de muitas cidades dos Estados Unidos. Se há um lugar onde a segurança “dá certo” no Brasil é São Paulo. Não é um lugar seguro, mas no contexto brasileiro, é o melhor que temos.

Como em toda leitura de uma realidade, a lente dos roteiristas e diretores nos contam a história desde um determinado ponto de vista. A julgar pelo artigo escrito pelos responsáveis pela série, esta é uma que não vai fazer falta no meu acervo.

Cada coisa…

A discussão é porque São Paulo teria conseguido diminuir a criminalidade nas últimas duas décadas.

Vários “antropólogos” (desses que batem ponto na Globo News e que dão palpite tanto em segurança quanto em desfiles de escola de samba e não perdem a oportunidade de tuitar #lulalivre) atribuem ao PCC a diminuição da criminalidade.

Deveríamos então comemorar a expansão da gangue para outros estados do Brasil, que veriam também seus índices de criminalidade baixarem. O PCC substituiria outros grupos, como Comando Vermelho e ADA, que se mostraram incompetentes no combate à criminalidade.

Cada coisa…

Mais um “campeão nacional”

A política de “Campeões Nacionais” continua dando seus frutos, para desespero de seus detratores.

O PCC é a mais nova multinacional genuinamente brasileira, que leva o nome do Brasil além-fronteiras, trazendo divisas para o país e fortalecendo a economia nacional.