O salário e a caneta

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A primeira medida econômica do novo governo do México foi elevar o salário mínimo em mais de 16%. Com isso, espera “elevar o padrão de vida da população”.

Ah, se fosse assim tão simples… Se uma canetada aumentasse o padrão de vida de alguém, não haveria mais pobres no mundo.

O novo governo do México deveria dar uma olhada no que aconteceu em um grande país-irmão no hemisfério Sul. Nesse país, o salário mínimo foi elevado acima da inflação durante quase 20 anos. O final desse processo? Os maiores desemprego e recessão da história.

Não que o aumento do salário mínimo tivesse causado o desemprego e a recessão. Mas foi medida no mínimo inócua, dada a produtividade estagnada da economia. Sem aumento de produtividade, o aumento do salário mínimo é medida apenas nominal, sendo comida pela inflação crescente, além do aumento do desemprego e da informalidade. E se houver aumento da produtividade, não é necessário aumentar o salário na canetada, os salários aumentam naturalmente.

O Banco Central do México está brigando para baixar uma inflação persistentemente acima da meta. Esse aumento do salário mínimo torna a tarefa do BC ainda mais difícil, o que deve levar a taxas de juros mais altas no futuro, desacelerando a atividade econômica. O justo inverso do pretendido. É isso, ou é uma inflação mais alta.

Não se alcança a riqueza com canetadas. É preciso trabalho duro e perseverante durante gerações, fazendo as coisas certas e evitando as coisas erradas. Dentre as coisas certas estão uma justiça rápida e eficiente, o investimento pesado e inteligente em educação básica, a atividade empresarial nas mãos da iniciativa privada, manter equilibradas as contas públicas.

É difícil? Sim, é difícil, muito difícil. Infelizmente, não há atalhos. Os populistas prometem a felicidade ao alcance de uma canetada. Invariavelmente entregam mais pobreza e sofrimento. Sempre.