Quando a intolerância é virtude

São cada vez mais comuns análises sobre a crescente “intolerância política” no país. São análises que tomam como pressuposto de que há um embate de ideias entre dois campos legítimos. Sendo assim, essa suposta intolerância estaria na contramão da civilização, que supõe o respeito pelo outro.

Nada mais falso. O verdadeiro combate não é de ideias, mas moral. Duvido que alguém, no Brasil, se disporia a xingar outra pessoa na rua por ser marxista ou neoliberal ou desenvolvimentista.

Mas sim, há um acirramento dos ânimos quando um dos lados defende ladrões, que roubam sobretudo dos mais pobres, em nome de uma ideologia. E, quando são acusados, defendem a “tolerância com a opinião alheia”. Compreende-se que alguém perca as estribeiras quando, ao simplesmente defender a honestidade, é acusado de “não gostar de pobre”.

Uma sociedade civilizada é feita de tolerância para com ideias diferentes e intolerância para com o crime. A intolerância, neste caso, é virtude, por mais que analistas chapa-branca preguem o oposto.

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