Lembro de quando levei uma delegação japonesa para uma reunião com um diretor do BC. Detalhe: esse diretor havia sido meu colega de trabalho durante muitos anos, tínhamos alguma intimidade. Pois bem: a reunião foi acompanhada o tempo inteiro por uma funcionária, que anotava tudo o que estava sendo falado.
Obviamente, eu não tive nada a ver com a indicação deste meu colega para a diretoria do BC. E ele é um sujeito extremamente ético, de modo que não passaria informações confidenciais nem se tivéssemos nos encontrado em um depósito de bebidas em Brasília.
Assim, a diligência de um funcionário que acompanha as reuniões oficiais é supérfluo para quem é honesto (ainda que necessário para salvaguardar as aparências) e inútil para quem é bandido, pois informações sigilosas e tráfico de influência podem ser arranjados fora de reuniões formais.
A única solução para o problema da influência política na Caixa é sua privatização. Essa coisa de “governança das estatais” é conversa de quem quer manter tudo como está.