Análise lúcida de Anne Krueger, ex-economista-chefe do Banco Mundial. Vale a leitura.
Alguém precisa fazer alguma coisa!
100% de capital estrangeiro nas aéreas!
Infraero totalmente privatizada!
Onde vamos parar??? Corremos o risco de ver o Brasil dar certo! Não podemos admitir isso! Pela soberania nacional e pela proteção dos nossos cabides de empregos!
Ouve erro
Chamada do UOL.
Sofrimento físico tive eu ao ler “ouve” sem h.
O maior entrave ao emprego
O TRT de Minas decidiu que a reforma trabalhista não vale para alguns trabalhadores, a critério dos próprios juízes. Ou seja, cria-se uma insegurança jurídica imensa, pois a depender da interpretação do juiz, o trabalhador pode ou não pode ser contratado sob regime intermitente.
A justificativa utilizada é evitar a “precarização” dos direitos trabalhistas. O que vai acontecer? Se este entendimento prosperar, a lei vira letra morta, pois as empresas não vão se arriscar a levar uma canetada de um juiz, a critério exclusivo do próprio.
A Magazine Luiza não contratará o mesmo número de pessoas sob as regras contratuais anteriores. Algumas, que poderiam ser contratadas sob o contrato intermitente, não terão mais essa oportunidade de emprego. O trabalho mais precário é aquele que não existe.
Um grande avanço na geração de empregos no país seria a pura e simples dissolução da Justiça do Trabalho.
A maior ameaça à paz mundial
A respeito da prisão da herdeira da Huawei, Jeffrey Sachs conclui, em artigo na imprensa americana, que Donald Trump é, hoje, a maior ameaça à paz mundial.
No dia em que um professor de alguma universidade chinesa puder escrever um artigo, na imprensa daquele país, afirmando que Xi Jinping é a maior ameaça à paz mundial, voltamos a conversar.
Bom para todos
Segundo a pesquisa origem-destino, feita pelo metrô de São Paulo e publicada hoje no Estadão, o número de viagens em carros de aluguel (táxi e aplicativos) aumentou mais de 5 vezes entre 2007 e 2017 na cidade: de 90,7 mil/dia em 2007 para 475,3 mil/dia em 2017.O mais notável, no entanto, foi o que aconteceu com os táxis: em 2007, eram 90,7 mil viagens/dia (assumindo que em 2007 não havia aplicativos). Em 2017, o número de viagens de táxi aumentou para 112,9 mil/dia. Um crescimento de 24,5% no período. Considerando que a população cresceu 11,9% nesses 10 anos, tivemos um crescimento no uso de táxis da ordem de 11,3% ajustado pelo aumento da população.
Ou seja, mesmo com o advento dos aplicativos, o uso de táxis aumentou nos últimos 10 anos. Por que? Simples: o uso dos aplicativos criou o seu próprio mercado, levando de arrasto o mercado de táxis. Em outras palavras, os táxis se beneficiaram dos “restos” do novo mercado de aplicativos.
Claramente tínhamos aqui um problema de falta de oferta. A demanda estava lá, adormecida. Quando a oferta de transporte por aplicativos começou, a demanda “despertou” e atraiu para esse mercado pessoas que nunca ou raramente andavam de táxi. Lembre-se, esse tipo de viagem aumentou mais de cinco vezes nos últimos 10 anos. Uma verdadeira revolução.
Isso é o que acontece com toda revolução tecnológica vitoriosa. Apesar de, em um primeiro momento, ameaçar os empregos existentes, cria novos e insuspeitados mercados que mais do que compensam os empregos originalmente perdidos. Não fosse assim, a humanidade retrocederia a cada avanço tecnológico, e não é o que observamos. Justo o contrário. A humanidade nunca atingiu em sua história o nível de riqueza e bem-estar que desfruta hoje graças, em boa parte, aos avanços tecnológicos.
É muito justo o receio da perda de empregos que se segue à adoção de novas tecnologias. Mas tenhamos em mente que o aumento da produtividade é benéfica para o conjunto da humanidade, o que mais do que compensa ameaças de curto prazo a certos setores. É o que a adoção dos aplicativos demonstrou.
Batom na cueca
A descoberta do batom na cueca sempre é acompanhada de uma “explicação plausível“. Continuamos aguardando.
O Coaf identificou uma movimentação suspeita nas contas de um ex-assessor de Flavio Bolsonaro. Isso é tudo o que você precisa saber sobre o órgão antes de repetir o discurso chapa-branca.
Falta do que fazer
O Papa recebeu Chico Buarque, que entregou um documento ao sumo pontífice apontando os perigos do “lawfare” para a democracia. “Lawfare”, como sabemos, é basicamente prender o Lula.
O encontro de Sua Santidade com o Chico durou 45 minutos. Deve estar sobrando tempo na agenda do Papa.
Vamos tentar um projeto de País diferente, só para variar?
Onde se lê “Bolsonaro não tem um projeto para o País” leia-se “Bolsonaro tem um projeto para o País que não é do meu agrado”.
Vamos ser justos: na entrevista, Luciano Huck diz que não viu “projeto de País” nos programas de nenhum dos candidatos, não somente no de Bolsonaro. Pena que Huck não nos tenha dado a chance de votar em um verdadeiro “projeto de País”, pois afinou e fugiu da briga. Talvez porque tenha pensado que o País ainda não estivesse preparado para o seu grandioso “projeto de País”.
Na entrevista, Huck deixa claro o principal ponto de um “projeto de Pais” digno do nome: diminuir a desigualdade. Afinal, ele se orgulha de ter viajado pelo País nos últimos 19 anos, e viu muito disso por aí. Como se precisasse. Qualquer cidadão das grandes cidades tropeça em moradores de rua e a realidade das favelas fere os olhos dos brasileiros. Mas não, somente Huck tem a verdadeira noção do que é a desigualdade. Como podemos abrir mão de toda essa experiência?
Em determinado momento, Huck deixa claro qual é o seu projeto: “Acho super legal as iniciativas do terceiro setor e de filantropia. Por outro lado, só quem vai ter o poder, de fato, de reduzir a desigualdade, é o Estado”. Está aí o “projeto de País” de Luciano Huck: transformar o Estado brasileiro em uma grande agência filantrópica!
Huck fala como se nunca no Brasil tivesse havido algum projeto de redução de desigualdades. Desde 1994, fomos governados por presidentes inegavelmente preocupados com esse tópico. FHC é um dos grandes ídolos de Huck, o governo Lula mereceu elogios na entrevista por ter patrocinado “políticas sociais” e Dilma, bem, ninguém aqui vai duvidar das credenciais sociais de Dilma. Pois bem, foram mais de 20 anos de governos “preocupados com a desigualdade social”. Resultado? Explosão da dívida pública, da violência e uma desigualdade que agride almas sensíveis como a de Luciano.
Em 1994, a Coreia do Sul tinha uma renda per capita 36% maior que a brasileira. Hoje, a renda per capita do país asiático é 157% maior. Lá, os mais pobres estão em muito melhores condições que os mais pobres daqui. Não perca o seu tempo perguntando se no “projeto de País” da Coreia havia algo como “reduzir as desigualdades”. Não, Bolsonaro não tem o projeto de País de FHC, Lula, Dilma e Huck. Seu projeto, assim como foi o de Temer, é, primeiro, limpar a merda deixada pelos projetos de “redução de desigualdades” dos governos anteriores. Em seguida, aumentar a produtividade do País, de modo a retirá-lo da armadilha de eterno país de renda média. E isso só se consegue, em um país democrático, retirando o Estado da atividade econômica, não o inverso. Se a este projeto se der o mesmo tempo que se deu ao projeto de “Estado filantropo”, quem sabe daqui a 20 anos os mais pobres estejam em melhores condições do que hoje.
Errando o diagnóstico
Mais um “professor de economia” procurando minimizar a importância da reforma da Previdência.
Apesar de mencionar os “sérios problemas da previdência no longo prazo”, o professor procura demonstrar, ao longo de todo o artigo, que o déficit atual é mais fruto da recessão do que de um desequilíbrio atuarial. Ou seja, ao fazer a reforma, os reformadores deveriam considerar esse dado em seus cálculos.
Não. Ocorre justamente o contrário: o crescimento espantoso das receitas na década passada, a década de ouro para os mercados emergentes, camuflou por anos a necessidade do reequilíbrio atuarial. Ou seja, o déficit já existia, mas foi camuflado por receitas não recorrentes. Hoje é que temos uma visão mais clara do problema.
O mesmo ocorreu, em maior escala, com as despesas públicas em geral. De 2003 a 2010, as despesas cresceram a uma taxa real acima de 5% ao ano. É óbvio que uma taxa dessa magnitude não se sustenta. Só foi possível sustentar o crescimento das despesas neste nível porque as receitas também cresceram acima de 5% ao ano no mesmo período. Esse crescimento de receitas é que foi uma excrescência, algo com que não se pode contar eternamente. Quando a bicicleta parou, as despesas continuaram crescendo, levando-nos ao buraco atual.
Então, quando o professor diz que o problema está nas receitas e não nas despesas, está dizendo simplesmente que aquele crescimento de receitas da década passada é o normal, e deveríamos contar com isso para resolver o déficit da previdência. Não. Mil vezes não. É o mesmo argumento usado por quem não quer fazer ajuste fiscal nenhum: basta sairmos da recessão que o problema da dívida se resolve. Trata-se de um pensamento mágico, o mesmo que tem o chefe de família que não ajusta as contas da casa na esperança de arrumar um emprego que finalmente resolva os seus problemas.
Sim, a recessão tem o seu papel no déficit público em geral e no da previdência em particular. Mas os credores sabem fazer contas, e ninguém realmente espera que a reforma da previdência resolva o déficit no curto prazo. O que se espera é um equilíbrio de longo prazo que dê sustentação à trajetória da dívida. Isso não tem nada a ver com a falta de receitas no ano que vem por conta do alto desemprego.
A maneira de não atacar um problema é errar seu diagnóstico. Ao colocar o problema da previdência brasileira na conta da recessão, o que se quer é minimizar a necessidade da reforma, por mais que se afirme o contrário.