O mito da perda de audiência

Alguns mitos andam por aí como almas penadas.

Um deles diz que a “velha mídia” perdeu muita audiência depois do fenômeno Bolsonaro. As pessoas teriam caído na real sobre como as notícias são manipuladas (“fake news”) e estariam trocando a “velha mídia” pelas “redes sociais”.

Seria verdade se fosse verdade.

Segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), o número de assinantes da Folha cresceu 2,73%, do Estadão 18,73% e do Globo 22,42%, de 2017 para 2018. Isso inclui assinaturas em papel (que caíram) com as digitais (que subiram muito). Já a Veja, essa sim, teve retração de 24% na circulação. Mas aí parece que tem a ver com concorrência: no mesmo período, a Época (que, na minha opinião, consegue ser pior que a Veja no quesito “esquerdismo”) teve crescimento de 84%. Em números, significa que a Veja perdeu cerca de 300 mil assinantes, enquanto a Época ganhou cerca de 225 mil assinantes. Ou seja, uma perda líquida de 75 mil assinantes, o que significa, para o conjunto das duas revistas, uma queda de 4,9%, o que não parece ser nenhum desastre.

Ver aqui: https://www.meioemensagem.com.br/…/circulacao-digital…

e aqui: https://www.meioemensagem.com.br/…/revistas-semanais…

E antes que coloquem em dúvida a seriedade do IVC, é com base em sua auditoria que os veículos cobram por seus anúncios. Portanto, é coisa séria, com dinheiro não se brinca.

Também acho a imprensa, de maneira geral, de um nível muito fraco, quando não tendenciosa, principalmente quando se trata da agenda de costumes. Se procurarem, certamente verão vários posts aqui criticando a cobertura da mídia em vários aspectos. Mas é preciso criticar com base em fatos, não em mitos. E a perda de audiência, pelo menos nesses casos levantados, é mito.

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