Quem quiser que acredite na conversão

É comovente a campanha da imprensa para embrulhar Guilherme Boulos para presente. A reportagem do Valor, maior jornal de economia e finanças do país, é o último exemplo.

Boulos está sendo vendido como um “moderado”. Seria uma espécie de Haddad, mas sem o defeito de ser petista. Ele só quer a igualdade, o que seria bom para a economia capitalista. Fiquei tocado com essa preocupação com os capitalistas.

O “diálogo com o setor privado” é inevitável, como se a concessão de conversar com quem produz tivesse o condão de apagar tudo o que Boulos fez no passado. Boulos, “em outro sinal de moderação” (?!?) também prometeu não acabar logo em janeiro com a terceirização de serviços da prefeitura. Será em fevereiro então? Pelo menos deixou claro que é contra toda e qualquer privatização. Moderação tem limite, não é mesmo?

A tal “fama de invasor de casa” seria injusta. Bem, Boulos lidera um movimento que tem como objetivo tomar posse de propriedades alheias para dar-lhes um uso “social”. Na onda de edulcoração da realidade, isso se transformou em “fama ruim”, não seria nada disso, Boulos é um moderado.

A presença de Boulos na Associação Comercial lembra Haddad e Manoela na missa. Foi lá, ajoelhou-se, comungou. Quem quiser que acredite na conversão.

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