O PT fez muito mal ao país. Ao montar um esquema industrial de corrupção, o partido de Lula, na prática, fez parecer aceitáveis esquemas artesanais de corrupção.
Alguns anos atrás, ao matricular minha filha na auto-escola, havia dois pacotes disponíveis: o “normal” e o “fast track”, este último com a aprovação garantida. O Brasil é o país do jeitinho, corrupto em todos os níveis. Quem lida com o setor público sabe do que estou falando.
Esta é a corrupção nossa de cada dia, aquela que foi chamada por um deputado petista de “graxa do capitalismo”. O PT, com sua obra, fez essa corrupção artesanal parecer aceitável.
Nessa linha, ontem o presidente afirmou que essa tal “lei da improbidade” precisa ser revista, pois estaria amarrando os gestores públicos. De fato, é mais difícil governar sem a “graxa”.
Nessa linha, Ricardo Barros, líder do governo na Câmara, vem defendendo o fim da criminalização do nepotismo no serviço público, que, não por acaso, é um dos dispositivos da lei da improbidade administrativa. Faz sentido. Afinal, qual o crime em dar gordos salários para familiares? É só uma corrupção artesanal, muito aceitável perto do que o PT fez.
Muito mais aceitável também são as rachadinhas, prima-irmã do nepotismo. O 01 livrou-se ontem do inquérito, em mais um movimento de volta ao velho normal da corrupção artesanal, aquela que é aceitável diante do que o PT fez.
Ao defender a revisão na lei da improbidade, Bolsonaro rasga mais uma bandeira de campanha. Assim como o “presidente liberal” era uma miragem, o “presidente anti-corrupção” também vai se mostrando um engodo. Voltamos ao Brasil normal.