Vai com Deus

“Depois do dia de ontem, o PSDB tem o dever moral de não lhe dar a legenda para disputar a presidência”.

Escrevi a frase acima no dia 01/04, o dia do Fico de João Doria, quando ele desistiu da desistência de renunciar ao mandato de governador. Uma palhaçada, alçada à categoria de “estratégia política”. Só na cabeça perturbada do ex-governador.

Escrevo essa pequena nota com cautela, vai que amanhã o empresário e dublê de político resolve dizer que a desistência de hoje era também “uma estratégia”. De qualquer forma, o alto tucanato fez a única coisa que lhe restou fazer depois de toda essa lambança: negou-lhe a legenda, conforme eu havia previsto em 01/04. Não era difícil de prever o desfecho, dado o nível da patuscada.

Desde quando decidiu concorrer para a prefeitura de São Paulo em 2016, o único objetivo político de João Doria era tornar-se presidente do Brasil. Frustrado em seu objetivo, tal qual um executivo que foi preterido por um concorrente ao cargo de CEO, só lhe resta retirar-se da empresa. No caso, da vida pública. Vai com Deus.

Corrupção sempre será corrupção

O PT fez muito mal ao Brasil durante a sua longa passagem pelo governo federal. Difícil eleger o pior, mas certamente um dos maiores males foi mudar o patamar da corrupção. O Petrolão transformou em escala industrial o que era feito de maneira artesanal. A Petrobras realizou uma baixa contábil de R$ 6 bilhões por conta de contratos superfaturados. Isso fora o dinheiro devolvido por delatores, que somaram mais de um bilhão. Só o gerente Pedro Barusco devolveu quase R$ 200 milhões!

O problema dessas cifras, e esse foi o mal que o PT fez ao Brasil, além da corrupção em si, faz esses casos denunciados recentemente parecerem coisa normal. Lendo a coluna de Felipe Moura Brasil, podemos ficar tentados a nos perguntar se é sério que devemos nos preocupar por desvios de alguns milhões de reais. Afinal, esse é o Brasil de sempre, voltamos ao normal.

Os desmandos do PT curtiram a pele nacional, e agora não sentimos mais a gravidade da corrupção. E não deveria ser assim. Em primeiro lugar porque corrupção é corrupção, independentemente se tratamos de milhares, milhões ou bilhões. Trata-se apenas de oportunidade, não de caráter. O cara que rouba milhões vai roubar bilhões se tiver oportunidade.

Mas, no caso em tela, a coisa é ainda pior. O PT foi acusado, com razão, de transformar o Estado brasileiro em um balcão de negócios para sustentar o seu projeto de poder, ferindo de morte a democracia. O que faz o governo Bolsonaro senão a mesma coisa? A exemplo do PT, seu apoio político e seu projeto de poder são comprados na base da corrupção. A única diferença, ao que se saiba até o momento, é que, ao contrário do PT, Bolsonaro, ele mesmo, não desviou dinheiro para si próprio. Mas o efeito sobre o processo democrático de exercício de poder é o mesmo que do Mensalão e do Petrolão, e não são três zeros a menos que mudam a natureza da coisa.

Lembro quando, no início do governo Bolsonaro, eu defendia aqui que não existe “governo do povo” em democracia representativa, e que Bolsonaro, que havia sido eleito sem qualquer coligação e com base de pouco mais de 10% dos deputados, deveria se dedicar a montar uma base no Congresso. Recebia como resposta “aqui não tem toma lá dá cá!”, ou “o presidente vai governar com a força das ruas!”. Hoje Bolsonaro governa na base do “toma lá dá cá”, enquanto as “ruas” de Bolsonaro estão mais preocupadas com o STF.

Continuo pensando da mesma forma que quatro anos atrás: não existe solução fora da política, que supõe compartilhamento de espaços de poder. A corrupção como meio de fazer política é uma doença brasileira, que os bolsonaristas davam como curada há quatro anos e hoje preferem olhar para o outro lado. Se tem algo que Bolsonaro involuntariamente provou é que essa doença brasileira não se cura na base de voluntarismos heróicos. Na verdade, não existe cura definitiva, mas creio que um presidente que saiba fazer política pode tornar o problema administrável. Eu, tal qual Diógenes, continuo à procura de um homem com minha lanterna acesa durante o dia. Este homem, certamente, não é Lula nem tampouco Bolsonaro.

A desqualificação do outro

Eliane Catanhêde e Renata Cafardo escrevem hoje colunas reveladoras de uma certa forma de ver o mundo. Não pelo assunto em si, mas pela forma a que se referem aos que delas discordam.

Catanhêde, ao condenar uma suposta subversão de valores por parte de Bolsonaro, que se coloca como defensor da democracia, refere-se aos bolsonaristas como “robôs de carne e osso” e de repetir coisas “sem pensar”.

Cafardo, ao analisar o projeto de homeschooling, refere-se aos seus defensores como “um grupinho de doidos”.

Coincidentemente, um excelente artigo, publicado hoje no mesmo jornal, encontra no regime de Putin várias características do que poderíamos definir como fascismo. Dentre elas, a primeira é identificar um inimigo com características sub-humanas, contra o qual todas as armas podem ser usadas.

Ainda no mesmo jornal, encontramos uma entrevista com a autora de um romance ambientado na Polônia da 2a Guerra. Ao ser questionada sobre a possibilidade do ressurgimento de um regime nazista, a entrevistada responde que o regime nazista foi único, ao defender que algumas pessoas eram sub humanas.

Em um episódio de Black Mirror, soldados são destacados para matar mutantes que estariam supostamente arruinando colheitas.

O que se descobre depois (spoiler!) é que se trata de seres humanos, que são vistos como mutantes pelos soldados por causa de um dispositivo cerebral que estes usam. Não por acaso, esses mutantes são chamados de “baratas”.

A desqualificação do diferente, de quem não pensa como nós, é o primeiro passo de um longo caminho que leva ao arbítrio. Porque se o outro não pode ser considerado um ser humano, tudo o que se fizer com ele estará justificado.

Ao dizer que o outro “não pensa” ou que é “doido” (o que vem a ser o mesmo), Catanhêde e Cafardo rebaixam o “outro lado” à categoria de sub-humanos. Portanto, não se pode permitir que “essa gente” tenha voz.

Não se pense, no entanto, que se trata de uma característica exclusiva de anti-bolsonaristas. Anti-petistas desqualificam igualmente “o outro lado”. “Esquerdopatas”, “gado”, “ladrões” são alguns termos usados para qualificar quem pensa que Lula é menos pior que Bolsonaro. São as pessoas “de bem” contra as “baratas”.

Há algum tempo, escrevi um artigo intitulado “Escolha política não define caráter”. Em resumo, defendo a ideia de que a opção política, dentro dos parâmetros democráticos, não deveria ser usada como guia moral para classificar as pessoas, pois cada um vê o mundo de um ponto de vista diferente. Somos todos seres humanos buscando o bem, apenas escolhemos caminhos diferentes.

Não há atalhos

Fareed Zakaria é um analista bastante lúcido, alinhado aos democratas. Vale a pena ouvi-lo quando fala de política. Mas não é a primeira vez que, quando fala de economia, Zakaria se mostra bem limitado.

Na coluna de hoje, Zakaria se pergunta candidamente por que Biden não reduz a inflação eliminando as tarifas de importação e as regras de imigração estabelecidas por Trump.

É um pouco como uma criança que pensa poder segurar as ondas na praia.

Vamos por partes. Em primeiro lugar, inflação não é o mesmo que aumento de preços. O aumento dos preços é o sintoma, a inflação é a doença. Digamos que as tarifas de Trump fossem eliminadas do dia para a noite. Segundo o artigo, a estimativa é de que, se isso acontecesse, a “inflação” cairia 1,6%. Errado. Os preços cairiam 1,6%. Seria apenas uma queda isolada, sem efeito sobre o processo inflacionário. Se nada mais fosse feito, os preços continuariam a subir na mesma intensidade, só que começando de um patamar mais baixo. É o mesmo que achar que congelamento de preços resolve o problema da inflação.

Milton Friedman dizia que a inflação é um fenômeno eminentemente monetário. Ou seja, excesso de dinheiro na economia. Esse excesso, se não for retirado, continuará impulsionando os preços para cima, com ou sem tarifas. É isto o que o Federal Reserve está fazendo no momento, retirando dinheiro da economia americana. Estamos saindo de um período em que todos os governos do mundo, e em particular o americano, encharcaram as suas economias com dinheiro, via pagamento de auxílios dos mais diversos tipos. Além disso, os bancos centrais dos países desenvolvidos compraram toneladas de títulos no mercado, colocando mais gasolina na fogueira. Portanto, sem endereçar este ponto, todo o resto é apenas paliativo.

A proposta de abrir o mercado de trabalho para imigrantes é outra medida que ataca as consequências, não as causas.

Se o processo inflacionário não for debelado, a redução do custo da mão de obra se torna lucro das empresas, não preços menores. Aliás, não deixa de ser curioso que alguém alinhado aos democratas esteja defendendo medidas com o objetivo de reduzir os salários. Deixa os democratas saberem disso.

Uma evidência de que a inflação não tem nada a ver com tarifas e mercado de trabalho apertado é fato de se tratar de um fenômeno global. Trump foi presidente dos Estados Unidos, não do mundo. Suas medidas certamente não influenciaram a inflação, por exemplo, da Alemanha, que está em seu maior nível dos últimos 40 anos. Aliás, quando Trump elevou as tarifas, lá pelos idos de 2017-2018, a inflação não subiu. Por que cairia agora?

Aqui no Brasil também estamos flertando com medidas que não atacam o problema, como redução de impostos e suspensão de reajustes contratuais de energia elétrica. São medidas que reduzirão os preços, não a inflação. Esta somente será controlada com juros mais altos e política fiscal austera. Não há atalhos.

Deitado eternamente em berço esplêndido

Diariamente, o Estadão destaca o assunto que teve maior número de interações em seu portal, reproduzindo alguns comentários mais representativos, sempre colocando posturas mais elogiosas e mais críticas. Ontem, o tema foi a visita de Elon Musk ao Brasil.

Os comentários críticos coincidem no uso da palavra “exploração”. A palavra, no contexto, tem uma conotação negativa: significa algo como “extrair riqueza sem dar nada em troca”, quase um sinônimo de “roubar”.

Essa é a visão do brasileiro médio em relação aos empresários. O empresário não gera empregos, ele explora o trabalhador. Não gera oportunidades, ele é oportunista. Não gera riqueza, ele se apropria da riqueza.

O “homem mais rico do mundo” só pode estar interessado em aumentar ainda mais a sua riqueza, desta vez “explorando” as riquezas da “nossa Amazônia”. Ou seja, tirando da Amazônia para colocar em sua gorda conta bancária.

Claro, há aqueles que são menos toscos e entendem o papel do empresário na geração de riquezas. Só não acham “justa” a divisão dessa riqueza criada. Nesse sentido, pensam que deveria haver uma forma de dividir melhor o bolo, mitigando a “exploração” dos empregados e da sociedade pelos empresários. No fundo, a ideia de exploração continua lá, apesar do discurso bonito. Os empresários deveriam ser expropriados de uma riqueza que não lhes pertence.

Elon Musk conseguiu colocar em pé três indústrias que antes não existiam: meios de pagamento pela internet (PayPal), carros elétricos (Tesla) e foguetes espaciais reaproveitáveis (Space X). Ele deveria ter um busto em cada cidade do planeta, assim como outros empresários que revolucionaram os seus campos de atuação. No entanto, uma certa mentalidade só consegue ver nisso “exploração”.

Temos mais de 50 anos de Zona Franca de Manaus, uma tentativa de desenvolver e integrar a região amazônica ao restante do Brasil. Estamos testemunhando a gritaria em torno da redução do IPI para vários produtos, o que eliminaria grande parte desse incentivo, que deve durar até a década de 70! Quer dizer, serão necessários 100 anos para que a Amazônia possa andar com as próprias pernas. Quer dizer, 100 anos na hipótese otimista.

Não tenho dúvida de que se “entregássemos” a Amazônia para projetos de Elon Musk, em 10 anos teríamos uma revolução, com criação de riqueza para a região muito maior do que em 100 anos de incentivos fiscais. Mas sabe como é, a Amazônia é nossa, e não queremos que um gringo venha aqui “explorar” as suas riquezas. Deitados eternamente em berço esplêndido não é uma figura de linguagem.

Um exemplo de serviço público

Com essa confusão da pandemia, perdi o prazo para renovar a CNH. Por isso, tive que fazer o processo presencialmente ao invés de usar a internet.

Agendei um horário no Poupatempo hoje, às 7:00. O processo todo, entre verificar a documentação, tirar a foto e colher as digitais, levou 40 minutos. Às 8:10, recebi um e-mail informando que minha CNH já estava disponível no aplicativo do celular. Abri o aplicativo e lá estava a minha CNH renovada.

Por incrível que pareça, tem coisas que funcionam no Brasil.

A conta sempre chega

Por ocasião da aprovação do projeto de privatização da Eletrobras, os senhores parlamentares aproveitaram o ensejo para aprovar a construção de termelétricas movidas a gás em seus redutos eleitorais. Detalhe: sem infraestrutura de transporte do gás.

Daqui a alguns anos, os próximos parlamentares terão esquecido o custo adicional dessas termelétricas, e estarão reclamando da “insensibilidade” agência reguladora ao incorporar esse custo na tarifa.

Da mesma forma, os parlamentares atuais já se esqueceram dos custos acrescentados à conta de luz fruto do populismo de seus antecessores.

A conta de luz não é cara no Brasil por causa da “insensibilidade” da agência reguladora ou das distribuidoras, que têm o direito de terem seus contratos respeitados. A conta de luz no Brasil é cara por causa da “sensibilidade” de nossos parlamentares, que penduram benesses na conta de luz sem se preocuparem com quem vai pagar a conta. E a conta sempre chega. Sempre.

A anti-política

Este mimo de comentário foi feito no meu post sobre o Rodrigo Constantino.

De maneira geral, as discussões aqui na minha página se dão em alto nível, mesmo havendo discordâncias sérias e um certo calor na argumentação. O problema é quando a coisa descamba para o ataque pessoal.

Ser chamado de “esquerdopata” é até engraçado. Nunca fiz uma estatística, mas estimo que uns 3/4 dos meus posts sejam contra o PT. Aliás, provavelmente por isso, o cidadão abaixo pediu para ser meu “amigo” aqui no FB. Em um raro momento em que deixei meu coração bom e generoso dominar meu cérebro frio e calculista, aceitei. Errei, como se vê, mas o “amigo” já se encarregou de consertar o meu erro.

Ser chamado de “judeu”, por outro lado, não é nada engraçado. Não porque seja uma ofensa, muito pelo contrário, tenho muito orgulho de minhas origens. Mas por ter sido usado pretendendo ser uma ofensa, em uma clara demonstração de anti-semitismo, sentimento que pensei estar extinto no Brasil. A palavra diz mais sobre quem a pronunciou do que sobre quem a ouviu.

Não sou daqueles que tomam o todo pela parte. O fato deste sujeito ser bolsonarista fanático não tornam anti-semitas todos os bolsonaristas. A imbecilidade, infelizmente, não tem cor partidária.

Tenho muitos e bons amigos que defendem o voto em Bolsonaro, assim como tenho muitos e bons amigos que defendem o voto no PT. A política é o espaço onde se discute como diferentes visões de mundo conviverão em uma mesma arena. Este senhor representa a anti-política, aquela que não discute com o adversário, apenas o silencia, na impossibilidade de eliminá-lo.

A função social da Petrobrás

Relatório do Bradesco informa que, no período entre 2011 e 2021, a Petrobras pagou R$ 271 bilhões em dividendos para acionistas (R$ 94 bilhões) e em juros para os credores da dívida (R$ 177 bilhões). Muito dinheiro, certo?

No mesmo período, a Petrobras pagou um total de R$ 1,4 trilhões em impostos, royalties e dividendos para a União. Ou seja, os governos federal e estaduais receberam quase 85% de todos os recursos distribuídos pela Petrobras a terceiros.

São números para quem questiona a função social da Petrobras.

Discutindo a relação

A parte mais divertida das análises de economistas da chamada “escola desenvolvimentista” são as justificativas de porque determinada política econômica não funcionou como o previsto. O jornalista Pedro Cafardo, em sua coluna de hoje, nos brinda com um desses momentos.

Cafardo parte de uma dissertação de mestrado em sociologia (!) para descrever o que deu ruim na relação entre o setor industrial e um governo que, supostamente, patrocinou toda a agenda desenvolvimentista. Segundo a coluna, a participação da indústria no PIB era de 16,9% em 2003, caindo para 11,7% em 2016. Ou seja, a indústria continuou a encolher durante os governos do PT, mesmo com todos os incentivos “corretos”.

O diagnóstico dos industriais, levantado pela dissertação, é que de nada adianta incentivos se os juros e o câmbio estão “errados”. Juros altos e câmbio apreciado neutralizariam a “política industrial”, tornando-a inócua.

A parte mais, digamos, pitoresca da análise está na avaliação de que, talvez, os empresários industriais, por serem também rentistas na pessoa física, não se posicionaram contra os juros altos. Ou seja, haveria um conluio entre os industriais e o setor financeiro para manter os juros altos e, assim, matar a indústria. Essa vai para a minha caderneta.

Há um vício de origem em toda essa análise: o de que juros e câmbio podem ser determinados discricionariamente pelo governo. Só não o faz porque o setor financeiro domina tudo e falta “força e coragem” (no dizer do bravo colunista) ao setor industrial para impor a agenda do desenvolvimento.

Juros e câmbio são o preço do dinheiro. A taxa de juros é o preço do dinheiro para as transações domésticas, enquanto o câmbio é o preço do dinheiro para as transações com o exterior. Ambos os preços são formados pelas expectativas dos agentes econômicos com relação ao que o governo, que é o monopolista da emissão de moeda, vai fazer. Quanto mais o governo não for confiável e sinalizar que não respeita a própria moeda, mais cara fica a mercadoria.

No caso específico dos incentivos à indústria, todos eles, de alguma maneira, pesam sobre o orçamento público, o que força os juros para cima. A esperança dos desenvolvimentistas é que incentivos localizados em “setores dinâmicos” da economia podem impulsionar o crescimento econômico, aumentando a arrecadação e mais do que compensando o custo dessas políticas. Já vimos, nos governos do PT, principalmente durante a gestão Dilma Rousseff, que este moto-perpétuo econômico ainda não foi inventado.

Se o governo tentasse, artificialmente, manter os juros baixos e o câmbio depreciado, o resultado seria mais inflação, o que não é um equilíbrio sustentável a longo prazo. Aliás, qualquer controle artificial de preços leva a distorções que, mais cedo ou mais tarde, precisam ser corrigidos. Controlar juros e câmbio são, em última análise, controle de preços. Não se trata de “força e coragem”, mas de “oferta e demanda”.

A coluna acerta apenas quando afirma que essa discussão ganha importância na medida em que o PT pode voltar ao poder no ano que vem. De fato, todas as declarações de Lula, até o momento, apontam para os mesmos erros de política econômica que marcaram as gestões do PT até 2016. Pelo visto, o chão é o limite para a participação da indústria no PIB.