Essa é a pesquisa DataFolha para a eleição de São Paulo, publicada há cerca de uma semana, mostrando Fernando Haddad com uma frente significativa (11 pontos percentuais) sobre a soma de seus dois principais adversários.
Mas o que realmente me chamou a atenção foi a pontuação obtida por candidatos de partidos nanicos de extrema esquerda. Na soma, os candidatos de UP (!), PCB, PSTU e PCO somam 6 pontos percentuais, mais da metade da pontuação do atual governador. Mais ainda, cada um deles têm pontuação igual ou maior do que candidatos de partidos maiores e com mais exposição pública, caso de Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo).
Não sou daqueles que duvidam da boa fé dos institutos de pesquisa. No entanto, neste caso, simplesmente não é possível que a amostra usada pelo DataFolha reflita minimamente o perfil da população de São Paulo. Não tem explicação que candidatos de partidos que costumam marcar traço nas eleições tenham esse montante de intenção de votos, inclusive antes do início da campanha eleitoral.
Essa distorção não teria importância alguma se se limitasse aos candidatos nanicos. Mas podemos deduzir, pela lógica, que, se o perfil da pesquisa está enviesado para a esquerda, então Haddad apresenta uma quantidade menor de intenções de voto do que a que é mostrada nessa pesquisa. E mais, se a mesma metodologia de construção de amostras está sendo usada na eleição nacional, então a diferença entre Lula e Bolsonaro talvez não seja tão grande quanto a que mostra a pesquisa DataFolha.
É normalmente difícil identificar problemas de amostragem nas pesquisas, pois não sabemos o perfil real da população depois de 12 anos do último censo. Mas esse detalhe dos candidatos de partidos de esquerda nanicos em São Paulo pode ser um forte indício de que há problemas no DataFolha.