O que esperar da popularidade inicial de Lula

Bolsonaro termina o mandato com uma popularidade líquida ligeiramente positiva (+2), segundo o Datafolha. Eu sei que tem muita desconfiança a respeito desse instituto de pesquisa, mas é o que tem a série mais longa, e serve bem para fazermos comparações intertemporais (ao longo do tempo), considerando que o viés, se houver, se mantém ao longo do tempo.

Considerando o histórico, a popularidade líquida de Bolsonaro no final de seu mandato é pior do que foi a de Itamar, FHC I, Lula I e II e Dilma I, mas é melhor do que foi a de Sarney, Collor, FHC II, Dilma II e Temer. Bolsonaro está ali na meiuca, não foi brilhante, nem tampouco um desastre, segundo a média das opiniões dos brasileiros.

Mas algo que eu gostaria de chamar a atenção não está neste gráfico. Segundo o mesmo Datafolha, em pesquisa divulgada no último dia primeiro, 49% dos brasileiros dizem esperar que Lula faça um governo ótimo ou bom, ao passo que 26% acham que o presidente fará um governo ruim ou péssimo.

Se esses mesmos percentuais se repetirem na primeira pesquisa de popularidade do novo governo, teríamos uma popularidade líquida de +23 pontos. Este é mais ou menos o mesmo nível de popularidade líquida que Bolsonaro tinha quando iniciou seu governo, e bem menor do que Lula I (+39) e Dilma I (+46). Claro, teremos que ver como sairão as primeiras pesquisas, que devem aparecer em 3 ou 4 meses, mas, aparentemente, o nível de boa vontade da população com Lula, hoje, é bem menor do que foi no passado.

Indício de problema de amostragem

Essa é a pesquisa DataFolha para a eleição de São Paulo, publicada há cerca de uma semana, mostrando Fernando Haddad com uma frente significativa (11 pontos percentuais) sobre a soma de seus dois principais adversários.

Mas o que realmente me chamou a atenção foi a pontuação obtida por candidatos de partidos nanicos de extrema esquerda. Na soma, os candidatos de UP (!), PCB, PSTU e PCO somam 6 pontos percentuais, mais da metade da pontuação do atual governador. Mais ainda, cada um deles têm pontuação igual ou maior do que candidatos de partidos maiores e com mais exposição pública, caso de Elvis Cezar (PDT) e Vinicius Poit (Novo).

Não sou daqueles que duvidam da boa fé dos institutos de pesquisa. No entanto, neste caso, simplesmente não é possível que a amostra usada pelo DataFolha reflita minimamente o perfil da população de São Paulo. Não tem explicação que candidatos de partidos que costumam marcar traço nas eleições tenham esse montante de intenção de votos, inclusive antes do início da campanha eleitoral.

Essa distorção não teria importância alguma se se limitasse aos candidatos nanicos. Mas podemos deduzir, pela lógica, que, se o perfil da pesquisa está enviesado para a esquerda, então Haddad apresenta uma quantidade menor de intenções de voto do que a que é mostrada nessa pesquisa. E mais, se a mesma metodologia de construção de amostras está sendo usada na eleição nacional, então a diferença entre Lula e Bolsonaro talvez não seja tão grande quanto a que mostra a pesquisa DataFolha.

É normalmente difícil identificar problemas de amostragem nas pesquisas, pois não sabemos o perfil real da população depois de 12 anos do último censo. Mas esse detalhe dos candidatos de partidos de esquerda nanicos em São Paulo pode ser um forte indício de que há problemas no DataFolha.

O que nos diz a pesquisa Datafolha

A pesquisa Datafolha publicada hoje está dando o que falar. Não é à toa: Lula aparece com 48% das intenções de voto, indicando vitória já no 1o turno, 21 pontos à frente de Bolsonaro. É a maior pontuação de Lula desde o início do ano, e a maior diferença desde fevereiro, quando uma pesquisa da Genial/Quaest apontou diferença de 22 pontos.

Mas vamos analisar um pouco mais. O gráfico abaixo mostra o acompanhamento de todas as pesquisas publicadas desde o início do ano (total de 44 pesquisas até o momento). Cada ponto representa uma pesquisa, e a linha continua é a média das pesquisas feitas nos últimos 15 dias. A ideia é pegar a tendência de curto prazo.

Podemos observar que o número do Datafolha não muda a tendência para Lula de maneira relevante, que já vinha oscilando entre 40 e 45 pontos desde o início do ano, e continua lá. Seria necessário que outras pesquisas confirmassem o Datafolha para mostrar uma tendência de crescimento.

Também para Bolsonaro, que vem oscilando entre 30 e 35 pontos desde a desistência de Moro, o Datafolha não mudou de maneira relevante a tendência. Assim como para Lula, seria preciso que outras pesquisas confirmassem a tendência.

Até o momento, a única mudança relevante no quadro eleitoral foi a desistência de Moro, que fez com que Bolsonaro saltasse da faixa de 25-30 para 30-35 pontos, enquanto “Outros” (já sem Moro) recuou de 20 para 15 pontos. E é sob este prisma que gostaria de analisar essa pesquisa do Datafolha.

A última pesquisa Datafolha foi feita no dia 22/03, antes, portanto, da desistência de Moro. Até o momento, como vimos, todas as pesquisas mostraram uma migração de votos de Moro para Bolsonaro. Estranhamente, não foi o que aconteceu no Datafolha, em que “Outros” emagreceu de 21 para 13 pontos, mas esses pontos migraram para Lula, que subiu de 43 para 48 pontos. Não faz muito sentido, e vai contra todas as outras pesquisas do último mês.

Também ainda não consegui a abertura da pesquisa para ver onde Lula cresceu, assim que conseguir complemento essa análise.

De qualquer forma, valem duas observações:

1) É preciso acompanhar as pesquisas de outros institutos para ver se o Datafolha é um outlier ou uma mudança de tendência e

2) Pesquisa em maio ainda é recall, estamos longe da campanha eleitoral propriamente dita. Obviamente, significa que, se a eleição fosse hoje, Lula estaria eleito. Mas a eleição não é hoje, é daqui a 5 meses. E 5 meses são uma eternidade.

Houve manipulação das pesquisas eleitorais?

Mais uma vez, as pesquisas eleitorais estão na berlinda. Foram vários erros crassos. Pior, no entanto, não são os erros em si, mas a desconfiança de que os institutos de pesquisa estariam trabalhando para um determinado campo ideológico. No caso, a esquerda.

Não é segredo para ninguém que as redações têm, em geral, uma simpatia pela esquerda. Não vou aqui entrar do porquê isso acontece, mas é assim. A pergunta, então, é a seguinte: estariam os institutos de pesquisa sendo contaminados por esta, digamos, “simpatia”, e manipulando dados para influenciar eleições?

Fiz um levantamento dos dados deste ano, 1o e 2o turnos, do Ibope e Datafolha, nas 26 capitais onde pelo menos um desses dois institutos publicaram pesquisas. Comparei os resultados das urnas com a pesquisa do dia da eleição. Classifiquei as eleições em 4 categorias:

  • Eleição tipo 1: onde houve erro acima de 3 pontos favorável a candidato de esquerda (considerado aqui candidato de esquerda aquele que pertence a um desses partidos: PT, PSOL, PSB, PCdoB e PDT) disputando com candidato que não é de esquerda.
  • Eleição tipo 2: onde houve erro acima de 3 pontos favorável a candidato que não é de esquerda, disputando com candidato de esquerda.
  • Eleição tipo 3: onde existiu candidato de esquerda mas não houve erro acima de 3 pontos.
  • Eleição tipo 4: onde não existiu candidato de esquerda, ou onde existiram somente candidatos de esquerda.

As eleições tipo 1 confirmam a tese de manipulação em favor de candidatos de esquerda, enquanto as eleições tipos 2 e 3 refutam a tese.

Pois bem: temos um total de 44 eleições, considerando 1o e 2o turnos nas capitais. Desse total, tivemos 11 eleições do tipo 1, 6 eleições do tipo 2, 10 eleições do tipo 3 e 17 eleições do tipo 4. Ou seja, dessas 44 eleições, 11 confirmam a tese de manipulação em favor de candidatos à esquerda, enquanto 16 refutam a tese.

Vejamos no detalhe.

As 11 eleições que confirma a tese foram as seguintes:

  • São Paulo – 2o turno: Datafolha errou em 4,4 pp a favor do candidato do PSOL.
  • Porto Alegre – 1o turno: Ibope errou em 11 pp (!) a favor da candidata do PCdoB. (Datafolha não fez pesquisa)
  • Porto Alegre – 2o turno: Ibope errou em em 5.6 pp a favor da candidata do PCdoB.
  • Vitória – 1o turno: Ibope errou em 4.2 pp a favor do candidato do PT.
  • Vitória – 2o turno: Ibope errou em 8.5 pp (!) a favor do candidato do PT
  • Aracaju – 2o turno: Ibope errou em 4,1 pp a favor do candidato do PDT
  • Fortaleza – 2o turno: Ibope errou em 9,3 pp (!) a favor do candidato do PDT
  • Recife – 1o turno: Ibope errou em 9,8 pp (!) a favor do candidato do PSB e 7,1 pp (!) contra o candidato do DEM. O Datafolha errou em 4,8 pp a favor do candidato do PSB.
  • Belém – 1o turno: Ibope errou em 3,8 pp a favor do candidato do PSOL
  • Belém – 2o turno: Ibope errou em 6,2 pp (!) a favor do candidato do PSOL
  • Rio Branco – 1o turno: Ibope errou em 18,6 pp (!) contra o candidato do PP

Agora vejamos o inverso, eleições do tipo 2:

  • São Paulo – 1o turno: Ibope errou em 4,2 pp contra o candidato do PSOL, enquanto Datafolha errou em 3,2 pp contra o mesmo candidato.
  • Florianópolis – 1o turno: Ibope errou em 8,5 pp (!) a favor do candidato do DEM contra o candidato do PSOL
  • Aracaju – 1o turno: Ibope errou em 3,6 pp contra o candidato do PDT
  • Manaus – 1o turno: Ibope errou em 5,3 pp contra o candidato do PT
  • Campo Grande – 1o turno: Ibope errou em 3,4 pp a favor do candidato do PSD contra o candidato do PT
  • Natal – 1o turno: Ibope errou em 4,4 pp contra o candidato do PT

Claro que houve outros erros crassos, como por exemplo o 2o turno em Recife (6,3 pp de diferença em ambos os institutos), mas aí foram dois candidatos de esquerda.

O ponto aqui é que não temos evidências de uma manipulação generalizada. De 27 eleições que envolveram candidatos de esquerda, apenas em 11 houve erros com margem superior a 3 pp que beneficiaram esses candidatos. O que houve, provavelmente, foi muita incompetência.

O que realmente importa

Esqueçam as chamadas dos jornais sobre a última pesquisa Datafolha. O foco das manchetes foi sobre a possibilidade ou não de abertura de processo de impeachment, e o apoio ao ex-ministro Sergio Moro. Isso tudo importa quase nada.

O que importa, de fato, é a aprovação do governo. E essa continua no mesmo lugar que estava em dezembro/2019, última pesquisa Datafolha sobre a aprovação geral do governo Bolsonaro. Quatro meses atrás, a diferença entre ótimo/bom e ruim/péssimo estava em -6 pontos. Na última pesquisa, feita após o affair Moro e o desgaste com o Covid-19, a diferença estava em -5 pontos. Não mudou absolutamente nada.

Mas todos sabemos que a Datafolha é comunista. Vamos aguardar alguma pesquisa que seja idônea.

Virada improvável

Levantamento da primeira pesquisa DataFolha do 2o turno nas eleições presidenciais passadas e os resultados finais:

1989

Pesquisa: Collor 55 x Lula 45

Resultado: Collor 53 x Lula 47

2002

Pesquisa: Lula 64 x Serra 36

Resultado: Lula 61 x Serra 39

2006

Pesquisa: Lula 54 x Alckmin 46

Resultado: Lula 61 x Alckmin 39

2010

Pesquisa: Dilma 54 x Serra 46

Resultado: Dilma 56 x Serra 44

2014

Pesquisa: Aécio 51 x Dilma 49

Resultado: Dilma 52 x Aécio 48

2018

Pesquisa: Bolsonaro 58 x 42 Haddad

A única virada em relação à primeira pesquisa ocorreu em 2014, mas a diferença entre a pesquisa e o resultado foi de apenas 3 pts.

A maior diferença entre a pesquisa e o resultado foi de 7 pts, em 2006, quando Lula abriu larga vantagem sobre Alckmin.

A diferença a ser tirada por Haddad é de 8 pts. Tudo é possível, mas é muito improvável.

Previsão

Na véspera das eleições de 2016 para a prefeitura de São Paulo, João Dória tinha 44% dos votos válidos pelo DataFolha e 35% dos votos válidos pelo Ibope.

Terminou o 1o turno com 53% dos votos válidos.

As chances de Bolsonaro no 1o turno

A pesquisa DataFolha de hoje é importantíssima, pois confirma a tendência do Ibope de ontem: crescimento de Bolsonaro além da margem de erro e estagnação de Haddad.

Mas aconteceu outra coisa interessante. Naquela classificação mequetrefe de esquerda x direita que calculo, a direita abriu larga vantagem, como podemos ver nos dois gráficos abaixo. (Lembrando que “direita” é a soma de Bolsonaro, Alckmin, Amoêdo, Alvaro, Meirelles, Daciolo e Eymael, enquanto “esquerda” é a soma de Haddad, Ciro, Marina, Boulos, Vera e Goulart).

Nenhuma descrição de foto disponível.

Este distanciamento da “direita” em relação à “esquerda” se deu no DataFolha porque Bolsonaro cresceu 4 pts, enquanto Haddad, Marina, Vera e Boulos perderam 1 pt cada. Já no Ibope, Bolsonaro também ganhou 4 pts, enquanto Marina perdeu 2pts, e Ciro e Boulos perderam 1pt cada.

Ou seja, aparentemente, os votos úteis óbvios para Bolsonaro (Amoêdo, Meirelles, Álvaro e uma parte de Alckmin) ainda não começaram a migrar para Bolsonaro).

Claro, é muito difícil tirar conclusões sobre migrações de votos, ainda mais quando se trata de 1 pt percentual para lá ou para cá em uma pesquisa com incerteza de 2pts percentuais. Pode ter acontecido que uma parte dos eleitores da esquerda migraram para os indecisos, e uma parte equivalente dos indecisos migraram para Bolsonaro. De qualquer forma, os eleitores óbvios para o voto útil aparentemente estão ainda em seus lugares.

Nesse quadro, de quantos votos Bolsonaro precisaria para ganhar no 1o turno?Considerando que o total de votos válidos da “direita” ex-Bolsonaro é de 20,9% no DataFolha e de 19,3% no Ibope, Bolsonaro precisaria receber 62% desses votos pelo DataFolha ou 66% desses votos pelo Ibope para chegar em 50,1% dos votos válidos. É uma tarefa difícil, mas longe de ser impossível.

Análise da pesquisa Datafolha

O DataFolha traz um quadro ligeiramente diferente daquele que o Ibope mostrou. Apresenta também o crescimento de Haddad, mas de maneira bem menos intensa do que o Ibope.

A impressão que eu fiquei, fazendo algumas contas que não vou detalhar aqui, é que a sondagem anterior do Ibope, de 14/09, subestimou a subida de Haddad. Isso pode ser observado, por exemplo, na “corcova” que a “direita” abriu sobre a “esquerda”, e que depois voltou ao “normal” no levantamento de 19/09.

A DataFolha mantém a tendência de crescimento de Haddad, mas de maneira mais suave, e em empate técnico com Ciro. Ou seja, de modo geral, a 2a vaga para o 2o turno parece muito mais em aberto no DataFolha do que no Ibope.

Vejamos a divisão “direita x esquerda”, somente votos válidos (lembrando que “direita” é Bolsonaro, Alckmin, Alvaro, Amoêdo, Meirelles, Daciolo e Eymael, enquanto “esquerda” é Haddad, Ciro, Marina, Boulos, Vera e Goulart):

20/08: Direita 51,3 x 41,0 Esquerda (indecisos: 7,7)

10/09: Direita 51,8 x 40,0 Esquerda (indecisos: 8,2)

14/09: Direita 51,7 x 41,4 Esquerda (indecisos: 6,9)

20/09: Direita 51,1 x 43,2 Esquerda (indecisos: 5,7)

Podemos observar que há uma tendência dos indecisos migrarem para a “esquerda”. Provavelmente, estamos vendo os eleitores de Lula que, em um primeiro momento, ficaram órfãos, e agora decidiram migrar para Haddad. A julgar pela quantidade de indecisos, esse movimento deve estar chegando ao fim. Para encostar em Bolsonaro, Haddad precisaria roubar votos de eleitores que já haviam decidido votar em Ciro Gomes e Marina.

Este levantamento também mostra que, em tese, seria possível a vitória de Bolsonaro ainda no 1o turno, caso metade dos indecisos e 79% dos votos da “direita” migrassem para o ex-capitão. É difícil, mas possível. No Ibope, não há essa possibilidade matemática.

Acho que o mais importante dessa sondagem do DataFolha é que um 2o turno entre Bolsonaro e Haddad continua sendo o mais provável, mas está longe de estar definido.

Análise da pesquisa Datafolha

A pesquisa DataFolha mostrou ontem mais um crescimento de Haddad, como era esperado com base nos resultados de outras pesquisas.

Mas outra coisa me chamou a atenção: a continuidade da escalada de Bolsonaro, de 24 para 26 pontos, coincidindo com o nível apontado pelo Ibope. Como o DataFolha anterior havia ido a campo depois do Ibope, achei que ocorreria o inverso. Mas não, o DataFolha alcançou o Ibope.

De onde veio esse crescimento? Aparentemente da diminuição do número de não-votos e da queda de Alckmin. Ou seja, Bolsonaro estaria recebendo votos tanto das viúvas de Lula quanto de eleitores do seu próprio campo eleitoral.

Aliás, por falar em campo eleitoral, vamos novamente fazer o exercício “direita x esquerda”. Relembrando:

Direita: Bolsonaro, Alckmin, Álvaro, Amoedo, Meirelles, Dacildo, Eymael

Esquerda: Ciro, Haddad, Marina, Boulos, Goulart, Vera

Os números referem-se somente aos votos válidos, ou seja, retirando-se os que pretendem votar em branco ou nulo. Os indecisos são mantidos.

22/08: Direita 51,3 x 42,3 Esquerda (indecisos: 6,4)

10/09: Direita 51,8 x 41,2 Esquerda (indecisos: 7,0)

14/09: Direita 51,7 x 41,4 Esquerda (Indecisos: 6,9)

Ou seja, as placas tectônicas estão se movimentando ainda dentro dos respectivos campos, basicamente com Haddad ocupando o lugar da Marina.