Juca Kfouri escreveu em seu blog sobre o Santos. Pede paciência para a torcida, enquanto o presidente “arruma o alicerce”, para depois construir a parede e o telhado. Sua tese: o Santos não voltará a ser o Santos enquanto estiver endividado.
Juca Kfouri está certo. Está tão certo, que, tenho certeza, não se furtaria a escrever para o seu presidente do coração, Lula.
Kfouri poderia escrever algo assim:
“O Brasil não voltará a ser o Brasil enquanto estiver endividado.
Por menos que os tapados queiram entender, assim é e assim será.
O presidente do Brasil precisa fazer a única política que resolve o problema: arrumar o alicerce para construir as paredes e, depois, o telhado.
Lula pode até fazer umas obras agora, como pedem os economistas desenvolvimentistas e o Centrão. O país vai fazer um brilhareco, como já fez no passado, quando cresceu por algum tempo e até convenceu a Economist de que era o país do presente.
Em seguida, lembremos, enfrentou a maior recessão da história.
O Brasil é grande o bastante para viver um pouco mais a sua história.
Não pode é viver numa montanha russa e, para tanto, precisa fazer o que Chile, Colômbia e México fizeram.
Com paciência e a consciência de que se trata de um trabalho de longo prazo.
Tem luz no fim do túnel.
Basta que os fanáticos imediatistas não a apaguem”.
Não. Juca Kfouri não vai escrever este artigo para Lula. A disciplina financeira é coisa que serve só para clubes de futebol. Para países, disciplina fiscal é coisa de banqueiro insensível, que não enxerga as necessidades do povo. O povo quer títulos, craques, um futebol bonito. Vamos gastar tudo e mais um pouco, porque o povo merece.
Poucas coisas são mais passionais que futebol. Mesmo assim, os casos de sucesso são vistos por todos. A bola não entra por acaso, explica o livro que narra a experiência do Barcelona.
Mas com a política essa abordagem ainda psrece ilusória. E seguimos em busca do salvador da pátria populista.
É assim mesmo!