Censo: temos boas e más notícias

Somos 203,0 milhões de brasileiros. A última estimativa, atualizada em 2020, indicava uma projeção de 214,8 milhões de habitantes em 2022. Uma diferença de quase 6%. Posto de outra forma: crescemos 0,5% ao ano nos últimos 12 anos, enquanto a estimativa anterior é de que o crescimento anual estava em 1,0% ao ano. Portanto, estamos crescendo na metade do ritmo que achávamos que estávamos crescendo.

A boa notícia é que estamos mais ricos: a nossa renda/capita é 6% maior do que imaginávamos. Outra boa notícia: com menos nascimentos, será menos custoso formar as crianças.

As boas notícias terminam aqui.

A má notícia é que o nosso potencial de crescimento econômico é menor. Um dos fatores do crescimento é o aumento da mão de obra, e com menos gente, o crescimento será menor. Isso não é necessariamente ruim, se conseguirmos aumentar a produtividade da mão de obra. Mas isso é outro desafio.

Uma outra má notícia é que a previdência social tem um buraco atuarial muito maior do que imaginávamos. Em português: a conta das aposentadorias será muito maior do que estimávamos. Só tem três soluções para isso: aumentar a carga tributária, dificultar o acesso à aposentadoria ou contar com uma inflação crescente.

Uma terceira má notícia é que o nosso sistema de saúde, já estressado hoje, deverá ficar ainda mais estressado.

O IBGE deverá refazer todas as projeções de crescimento da população daqui para frente. Nas projeções anteriores, a população brasileira começaria a diminuir a partir de 2048. Provavelmente este número deverá cair bastante, mesmo porque o nosso crescimento marginal deve estar abaixo de 0,5% ao ano.

Trata-se de uma realidade nova, com desafios próprios. Não nos saímos de maneira brilhante na fase I do jogo. Vamos ver agora, na fase II.

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