Não culpe o coveiro

Vejo por aí muito chororô pelo fim do nome Twitter e seu símbolo, o passarinho azul. O Twitter virou uma espécie de patrimônio cultural da humanidade, tendo o seu nome até virado verbo em várias línguas. Só faltava ser reconhecido como tal pela Unesco. O órgão da ONU comeu bola, e Elon Musk destruiu o patrimônio antes.

As pessoas reagem como se a existência do Twitter fosse uma espécie de imperativo moral, devendo ser preservado a qualquer custo, desde que esse custo não saia de seus bolsos. Vale lembrar que, se o Twitter fosse um empreendimento de sucesso, não teria sido vendido para Elon Musk. E vale lembrar também que Musk tentou saltar fora do barco quando viu em detalhe os números da empresa, mas não conseguiu. Então, todo mundo acha lindo ter uma plataforma para expressar suas ideias, mas pagar por isso que é bom, nada. Os patrocinadores, por outro lado, em geral, não gostam de fazer publicidade para robôs.

Já li também muitas críticas sobre a estratégia empresarial de Elon Musk, que estaria metendo os pés pelas mãos com o Twitter. Críticas de pessoas que nunca tocaram um carrinho de pipoca, vale dizer. Não que Musk seja infalível, mas seu track record, convenhamos, é respeitável. Quem sabe o dono da Tesla, do PayPal e da SpaceX saiba o que está fazendo?

Enfim, o Twitter morreu. Não culpe o coveiro.

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