Ozark

Ontem terminei de assistir à série Ozark. Não sou muito de séries, prefiro filmes. Raramente chego ao fim de uma série, normalmente me cansam com a circularidade do enredo, que são esticados em situações pouco plausíveis, só para não terminarem. Ozark, por outro lado, é um grande filme, em que uma família comum de classe média vai se transformando na medida em que cede às suas ambições.

A história é relativamente simples: um consultor financeiro, por trás da fachada respeitável de sua firma de consultoria em Chicago, lava dinheiro para um cartel mexicano. No entanto, são pegos pelo cartel roubando uma parte do dinheiro, e o consultor, para não ser morto, convence o cartel de que pode lavar muito mais dinheiro em Ozark, uma cidade perdida no Missouri. Aliás, essa é uma marca da série: o consultor e sua esposa saindo de situações-limite jogando xadrez verbal com seus inimigos. A série é um imenso jogo de xadrez, em que um avanço abre mais possibilidades de jogadas, atiçando a ambição do casal.

A série é bastante violenta, e chega a ser perturbadora em alguns momentos, na medida em que envolve assassinatos chocantes. A tensão é constante, como em um filme interminável de Hitchcock. As interpretações são perfeitas, com destaque para Jason Bateman, que faz o papel do consultor estilo MacGyver, capaz de sair das situações mais difíceis, e que alterna seu poker face diante de situações-limite com momentos de sincero desespero.

Uma última observação: as mulheres são as personagens fortes nesta série. Os homens aparecem, via de regra, como frágeis ou manipuláveis ou impotentes para deterem as mulheres. Ou seja, mais ou menos como é a realidade dos casais.

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