O caminhoneiro quer frete

O governo anunciou ontem uma série de medidas que, em tese, atendem às reivindicações dos caminhoneiros. Hoje, matéria do Estadão descreve a reação dos caminhoneiros. Se eu pudesse resumir em uma frase, seria “o governo só pode estar de brincadeira”.

Em determinado momento, algum sindicalista diz: “há um excesso de 300 mil caminhões. O que o pessoal quer é frete”. Aqui está o ponto central do imbróglio.

O Brasil tem 12 milhões de desempregados. O caminhoneiro com seu caminhão não se considera um desempregado. Mas deveria. É o mesmo fenômeno: não há trabalho.

Pra que serve financiamento, tabela de frete, área de descanso etc, se não há frete?

Os caminhoneiros entenderam a série de medidas como uma cortina de fumaça para disfarçar a impotência do governo. Assim como o mercado financeiro entendeu como uma cortina de fumaça as declarações de “independência” da Petrobras, mas voltar o reajuste que é bom, nada.

Churchill, quando anunciou a guerra, não dourou a pílula nem lançou mão de cortinas de fumaça. Prometeu apenas “sangue, suor e lágrimas”.

Mas Churchill era um estadista, não um populista.

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