Do calendário de manifestações recém divulgado pelo PT, o evento mais importante ocorrerá no dia 25/01: a confirmação da candidatura Lula, independentemente do resultado do julgamento.
Pelo visto, o PT já tomou a decisão estratégica que vai moldar o partido nos próximos anos: trocará um candidato nanico com chances nulas de ser eleito por uma lenda que, qual um El Cid tupiniquim, será levado morto sobre seu cavalo para lutar uma batalha perdida.
Não se trata de uma decisão fácil nem óbvia. Não contar com um candidato a presidente nem participar de coligações significa quase certamente uma bancada no Congresso muito menor que a atual. O PT opta, assim, por plantar uma narrativa de longo prazo, em troca de perdas eleitorais de curto prazo.
Claro, todo esse raciocínio parte do pressuposto de que a Lei da Ficha Limpa não será rasgada, como o foi, por exemplo, a lei do impeachment quando da manutenção dos direitos políticos da presidenta cassada. Talvez o PT esteja apostando nisso, o que não seria uma surpresa, dado o desprezo que o partido dedica às instituições.
De qualquer forma, trata-se de uma aposta de risco, mas talvez a única que tenha restado ao outrora maior partido de esquerda deste planetinha.