Agora não tem mais jeito, depois que a ex-BBB gritou Lula Livre, ficou claro que ele é inocente.
Capitalismo selvagem
Muitos empresários, mas muitos mesmo, saíram da pobreza com base nas regras do capitalismo. Aliás, muitos empregados também. O fluxo de venezuelanos para o Brasil e outros países demonstra, para quem tem olhos para ver, a falácia do Estado como “indutor do desenvolvimento social”, o que quer que isso signifique.
É natural que o ex-ministro do STF invoque sua trajetória para defender um “Estado como indutor do desenvolvimento social”: como funcionário público de carreira, nunca precisou se preocupar em gerar lucro ou manter seu emprego. O Estado foi o indutor de seu próprio “desenvolvimento social”. Nunca lhe ocorreu que seu salário é pago, em última instância, pelos lucros dos empresários e pelos salários dos empregados que vivem sob as regras do capitalismo. E, no Brasil, um capitalismo que caminha com uma bola de ferro amarrada à perna, chamada “Estado indutor do desenvolvimento social”.
Não se engane: quando você ouvir alguém falar que é contra o “ultraliberalismo” ou o “capitalismo selvagem”, na verdade é contra o livre mercado mesmo. Este discurso é somente uma desculpa para manter uma grande burocracia estatal (de onde o ex-ministro tem sua origem) e um capitalismo de laços, onde se dá bem quem é amigo do rei.
A forma mais simples, direta e honesta
A forma mais simples, direta e honesta é a privatização.
Nada consegue destruir uma narrativa
Agora que Aécio virou réu, preparem-se para a mudança da narrativa: “Aécio já estava morto politicamente, condená-lo é fácil. O Alckmin, que vai concorrer nas eleições, foi liberado”.
Não há nada, absolutamente nada, que consiga destruir uma narrativa.
Pode acreditar
Falou o deputado do partido que deixou a Eletrobras com prejuízo de mais de R$ 20 bilhões.
Sim amiguinho, a Eletrobras na mão do estado dá lucro sim, pode acreditar.
Decidam-se
Na mesma página do Estadão de hoje. Decidam-se.
Algemas na pessoa errada
Parece que logo em seguida a esse depoimento, Gilmar Mendes vai ouvir Zé das Couves, também aparentemente algemado sem necessidade.
Trump sempre é o culpado
A reportagem está incorreta. Temer também condenou o ataque, ao vivo e em cores.
Enquanto os “analistas” da Globo News e as viúvas do Lula desancam Trump, os principais líderes mundiais se alinham com uma ação que visa intimidar um regime sanguinário e que só entende a linguagem da bala.
Macron, o queridinho da política mundial ao lado do fofo Trudeau, não apoiou a ação somente com palavras: mandou seus caças Rafale para bombardear também. Mas sabe como é: mais fácil demonizar Trump.
A gênese do antipetismo
Ah, como eu queria ser Cora Ronai por um dia, e conseguir traduzir em um texto perfeito os meus sentimentos.
Estava tentando escrever uma resposta ao desafio lançado pelos petistas: onde estão os batedores de panela que não estão se manifestando pela prisão do Alckmin? Ahá! Então o problema não era a corrupção, mas um antipetismo causado, em última instância, pela repulsa aos pobres!
Cora Ronai descreve neste texto maravilhoso o que eu apenas intuía: o PT me insultou (e a todos que não se alinham automaticamente ao seu mantra) de maneira violenta nas últimas décadas, e especialmente durante os seus governos. E insulto não se leva pra casa.
Alckmin, Maluf, Sarney, Collor, Aécio, não merecem que eu saia do conforto do meu lar. Eles podem ter roubado, mas não me insultaram. A raiva foi se acumulando, e explodiu em 2015.
Mais não falo. Leiam.
A nova saúva
Cora Ronai, O Globo, 11.04.2018
Milhões de eleitores foram agredidos pela retórica de Lula e pelo “ódio do bem” da esquerda
O antipetismo é o novo bicho papão dos intelectuais de esquerda. Ele acaba de ser comparado, por um amigo culto, inteligente e a quem respeito muito, ao antissemitismo na Alemanha de Hitler. Só posso atribuir a comparação ao calor do momento — vastas emoções, pensamentos imperfeitos. Mas acho que, em algum momento do futuro, serenados os ânimos, valeria à esquerda procurar, com honestidade, as origens desse suposto antipetismo, até porque é difícil encontrar a cura para um mal cuja causa se desconhece. Digo “suposto” não porque ele não exista, mas porque, da forma como vem sendo colocado, ele mais parece um movimento organizado, um conluio de vermes, o autêntico oposto de “democracia” — seja lá o que entenda por democracia alguém que defende o PT.
Ao contrário de tanta gente que denuncia o antipetismo, não tenho a menor pretensão de falar “pelo povo”, “pelos brasileiros”, “por todos nós”. Falo única e exclusivamente por mim, e já é responsabilidade que me baste. Eu detesto o PT. E detesto o PT pelo que o PT é, pelo que o PT fez e continua fazendo, e pela forma como o PT se comporta.
Não há um único fator externo ao PT embutido no meu sentimento.
É lógico que a sua intensidade tem a ver com o fato de que este é o partido que estava no poder até ontem: a crise que vivemos é, em maior ou menor grau, o resultado das suas escolhas e das suas ações. Tem a ver também com a hipocrisia do partido, que sempre se apresentou como alternativa ética aos demais, e foi incapaz de um simples pedido de desculpas à população quando se viu no centro do maior escândalo de corrupção já apurado no país.
E olhem que a corrupção do PT é, para mim, o menor dos seus males — ainda que ele a tenha elevado à categoria de arte. Meu maior problema com o PT, e com a esquerda como um todo, é a sua incapacidade de diálogo, a sua aversão ao contraditório e, sobretudo, a sua militância arrogante e patrulheira, que exige que todos se posicionem exatamente da mesma forma. Já estive em países de pensamento único e não gostei.
Há movimentos de direita igualmente obtusos e intolerantes, mas de modo geral eles se apresentam exatamente como são, toscos e primitivos. A sua embalagem é mais sincera; eles não pretendem ser “bons”, e nem falam do alto de um pedestal de virtudes.
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Um dia, ainda naquela remota eleição que Lula disputou com Collor, eu estava na rua com o Millôr, e comentei com ele que, pelo visto, o Lula ia ganhar — todos os carros que passavam com adesivos eram PT. O Millôr olhou, olhou, e me disse para prestar mais atenção: a maioria dos carros simplesmente não tinha adesivos.
— Sabe o que isso significa, né?
Eu sabia. Usar um adesivo do Collor, pelo menos na Zona Sul do Rio de Janeiro, era se arriscar a ter o carro arranhado e enfrentar militantes petistas raivosos. Eu tinha passado por isso com o adesivo do Covas que havia usado no primeiro turno.
Collor ganhou a eleição sem adesivos, não exatamente com “votos envergonhados”, como o PT disse à época, mas com votos intimidados.
Lula, um militante intolerante ele também, nunca desceu do palanque. Passou todos os seus anos de presidência, e mais os da Dilma, como vítima de um complô das elites, insistindo na divisão do nós contra eles: ricos contra pobres, brancos de olhos azuis contra negros, todos contra nordestinos.
Lula, como todos sabem, é uma mulher negra da periferia; agora, ainda por cima, encarcerada.
Um candidato pode ser o que quiser, mas um presidente não. O presidente de todos os brasileiros não pode dizer que quem não votou no seu partido odeia pobres e tem horror de ver os filhos dos pobres na universidade, porque além de divisiva, essa afirmação é extremamente ofensiva.
Há uma esquerda bem intencionada que talvez não tenha percebido o quanto de ódio havia, e ainda há, nesse discurso, porque ele a põe no pedestal ao qual ela imagina ter direito e massageia o seu ego. Ele reafirma a sua superioridade moral e apenas põe os inferiores no seu devido lugar.
Mas para quem não votou no PT — e que não é necessariamente de direita, de extrema direita ou, como está na moda, “fascista” — cada declaração dessas soou como um insulto. Durante 13 anos, os 50 milhões de eleitores que não votaram em Lula ou Dilma, e que, em sua vasta maioria, são apenas brasileiros como os demais brasileiros, ouviram que eram péssimas pessoas. Qualquer política de estado era invariavelmente apresentada como um desafio à sua intrínseca maldade: apesar de vocês, que não votam no PT, os pobres vão ter saúde, vão estudar, vão ter moradia e dignidade.
Como se qualquer ser humano, por não petista que seja, pudesse ser contra isso.
Cinquenta milhões de eleitores foram sistematicamente agredidos e desumanizados pela retórica de Lula e pelo “ódio do bem” da esquerda; agora não suportam o PT.
Mas por que será, não é mesmo?
Anão diplomático
Entra presidente, sai presidente, continuamos o mesmo anão diplomático.