Cortando gastos inúteis

Talvez Bolsonaro estivesse se referindo a isto quando falou de “cortar gastos que não caiam na conta da população”. São R$5 bilhões/ano só na conta do Exército. Ou R$ 6 mil/mês por pensionista, na média.

O poder de parar o País

Temer acaba de anunciar o fim do PIS/Cofins sobre o diesel.

Não consigo ser contra a redução de impostos.

Mas como a contrapartida NÃO SERÁ a redução de despesas, lamento informar que ALGUÉM vai subsidiar o diesel.

Provavelmente, alguém que não tenha o poder de parar o País.

Sempre aparece um demagogo

Ciro Gomes, prometendo o calote da dívida pública.

Sabe porque as taxas de juros no Brasil são tão altas? Porque o brasileiro sabe que, de tempos em tempos, vai aparecer um demagogo que vai prometer dar o calote na dívida, ao invés de controlar os gastos do governo.

Ciro Gomes é só mais um de uma longa lista de demagogos que vendem soluções simples e erradas para problemas complexos.

A inflação não está morta

A inflação da Argentina em abril foi de 2,7%. Coincidentemente, a mesma inflação anual do Brasil e a mesma inflação a cada dois dias da Venezuela (segundo estimativas do FMI).

Recentemente, em conversa com um dirigente de um banco, comentando sobre a inflação na Argentina, ele me disse: “não existe isso de inflação estável em 20% ao ano. Ou a inflação está subindo deste patamar, e então é explosiva, ou está caindo para níveis civilizados. 20% não é e nunca será uma inflação estável.”

Eu diria que 6% ao ano já não é estável. Neste patamar os agentes já começam a se proteger de uma inflação futura maior, gerando uma inércia difícil de parar. Não existe isso de “um pouco mais de inflação para gerar um pouco mais de crescimento”. Inflação nunca permitiu crescimento sustentável. Pode ter algum efeito de curto prazo, pelas condições monetárias mais frouxas, mas o efeito de longo prazo é deletério. Basta ver a brutal recessão da qual estamos saindo, mesmo com uma inflação de 6% ao longo de todo o governo Dilma, e de 11% em seu último ano.

A inflação desorganiza a economia. Tira a capacidade de planejamento das empresas e das famílias, que passam a olhar apenas o curto prazo. Hoje estamos em situação muito melhor que Argentina e Venezuela, mas isto é circunstancial. O flerte de boa parte dos candidatos à presidência com práticas não ortodoxas não permite pensar que nosso passado inflacionário ficou definitivamente para trás. Se o Estado brasileiro, aos olhos dos credores, perder a capacidade de pagar a sua dívida, só restará a inflação como remédio.

A moeda de um país é a medida de sua seriedade. O Brasil, apesar de tudo, tem hoje uma moeda que preserva seu valor ao longo do tempo. Espero que não coloquemos essa conquista a perder nas próximas eleições.

Ponto fora da curva

A jornalista começa a entrevista tentando provocar a velha cantilena “desenvolvimentista”. Ioschpe corta de cara, dando nome aos bois do problema econômico brasileiro. O resto da entrevista é exemplar e, mesmo sendo presidente do Sindipeças, em nenhum momento chora pela falta de “incentivos” para a indústria.

Ioschpe é um ponto fora da curva. Se os empresários brasileiros pensassem como ele, o Brasil estaria em outro patamar de desenvolvimento.

Estamos sodidos

D E S M O N T E

M O D E L O

C R E S C I M E N T O

Este é José Serra, em artigo de hoje no Estadão.

Poderia ter sido escrito por Dilma Roussef ou Ciro Gomes.

E o mercado ainda fica animado com a perspectiva de algum cacique do PSDB chegar à presidência. Talvez porque as alternativas sejam ainda piores.

Temer, em comparação, parece um liberal raiz.

Estamos sodidos.