Lembro, quando criança, de ouvir meu avô discutir com meu pai sobre o conflito no Oriente Médio. Lembro do meu avô dizer que a solução era estabelecer um Estado Palestino na Cisjordânia. Não sei precisar a data, mas certamente era a segunda metade da década de 70. Claro que eu não entendia nada daquilo, mas por algum mistério da mente, lembro dessas palavras.
Isso foi há 40 anos. Nada mudou desde então.
Agora, todos os analistas e especialistas estão dizendo que o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel enterrou de vez as negociações de paz e que a radicalização vai tomar conta da região. Como se estivéssemos à beira de conseguir a paz e o radicalismo já não tivesse tomado conta da região.
As críticas ao gambito de Trump parecem mais uma crítica a Trump daqueles que já não gostam dele por princípio do que ao lance em si. Os EUA moveram uma peça no tabuleiro, de modo a tentar sair do impasse que já dura 70 anos.
O prêmio Nobel da Paz teve oito anos para tentar a sua estratégia de “somos todos irmãos” na região, e parece que não funcionou muito bem. Quem sabe não esteja mesmo na hora de mudar de estratégia.