Ambiente de conflito permanente

Hoje condenei Haddad por não ter telefonado para cumprimentar Bolsonaro pela sua eleição.

Deve ter ouvido as críticas, e preferiu mandar um tuite. Bela iniciativa, ainda que com um certo atraso.

Parece claro que preferiu um tuite a um telefonema para que a coisa ficasse pública, e não restrita aos dois, sujeita às versões de ambos os lados. Um sinal de desconfiança, plenamente justificável, dado o clima geral.

O tuite de Haddad foi simpático e respeitoso, estendendo uma bandeira branca. Muito distante do tom entre choroso e belicoso da véspera.

O que fez Bolsonaro com a bandeira estendida? Desprezou-a. A frase “Realmente o Brasil merece o melhor” não precisa de complemento. Para bom entendedor, pingo é letra: o melhor sou eu.

Precisava disso? A campanha não acabou? Não poderia simplesmente parar no agradecimento? Ou complementar com algo do tipo “O Brasil espera o melhor de todos nós”?, uma frase que chamaria o PT à sua responsabilidade de ser uma oposição leal?

Ok, o PT já fez coisa muito pior e não é um partido confiável. Mas o gesto de Haddad não seguiu a linha do partido e a resposta de Bolsonaro só serviu para provar que estavam certos aqueles que aconselharam Haddad a não mandar mensagem alguma, que certamente existiram.

Bolsonaro perdeu a chance de ajudar a distender o ambiente. Talvez não lhe interesse um ambiente sem animosidades, talvez somente se sinta à vontade em um ambiente de conflito permanente. Assim como o PT.

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