Escolas “interessantes” e o interesse dos jovens pelos estudo

Pergunte a qualquer adolescente, de qualquer estrato social, se ele prefere ir para a escola ou ficar em casa jogando videogame. Dou um doce para quem encontrar algum santo que prefira ir para a escola.

Estão querendo colocar sobre o sistema educacional uma carga que pertence à família. A escola, assim como depois o trabalho profissional, é interessante no máximo 10% do tempo. Os outros 90% consistem em quebrar pedra.

Tornar a escola “interessante” é uma utopia, vendida por consultores que trazem os exemplos das escolas nórdicas perfeitas, onde os alunos vão para as aulas felizes e contentes. Sou capaz de apostar um mindinho que em uma pesquisa na Finlândia sobre ir à escola ou jogar videogame em casa, o resultado não seria muito diferente do Brasil ou de qualquer outro país do mundo. Adolescente só muda de endereço.

O que mantém o adolescente na escola é a pressão e o exemplo da família e, em certa medida, da comunidade. O adolescente que cresce ouvindo que o estudo é importante, que tem pai e mãe que concluíram o ensino superior ou pelo menos o ensino médio, que vê exemplos de estudos na família e na comunidade onde vive, ficará na escola mesmo “sem interesse”. Será por dever, e por um prêmio maior mais à frente.

Claro que tudo o que possa contribuir para tornar a escola “mais interessante”, como por exemplo o uso de técnicas didáticas inovadoras, agrega. Mas nunca será um substituto para o papel da família e da comunidade. O buraco é bem mais embaixo.

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