Distribuição de renda, uma agenda liberal

Ninguém ousará duvidar das credenciais ortodoxas de Arminio Fraga. No entanto, para quem tem acompanhado suas últimas manifestações, causa estranheza sua ênfase no “combate à desigualdade” como condição sine qua non para a retomada do crescimento econômico. Parece mais o Piketti falando.

Arminio é um cara muito esperto. Ele já percebeu que esse negócio de “igualdade” é uma pauta que veio para ficar. Ao invés de lutar contra isso, ele arrumou um jeito de usá-la a favor de uma agenda para destravar a economia.

Note que ele não usa o bolsa-família como exemplo de política redistributiva, apesar de não ser necessariamente contra. Ele sabe que isso não passa de esmola que não muda a estrutura de um país. O que ele defende então?

Arminio defende a redução das transferências constitucionais para os mais ricos. Ele traz um dado espantoso: 25% da renda dos 20% mais ricos é fruto de transferências do governo. Isso inclui aposentadorias, salários de funcionários públicos, isenções fiscais das mais diversas naturezas. Ou seja, tudo aquilo que a esquerda defende a ferro e fogo.

Laura Carvalho, a musa dos desenvolvimentistas, estava no mesmo evento, e parece que ficou meio sem ter o que dizer, tendo a sua agenda espertamente roubada por Arminio para defender o contrário de tudo o que ela defende, principalmente no que se refere à reforma do Estado.

Precisamos aprender com Arminio Fraga.

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