Mentiras sinceras não me interessam

Michael Bloomberg começou a sua campanha eleitoral. Ele promete criar os empregos de qualidade que Trump não criou (veja o seu artigo aqui). Suas credenciais? Ele já faz isso em sua empresa, onde 20 mil funcionários têm direito a licença parental (pai e mãe) remunerada de 6 meses, além de licença médica e o direito de se sindicalizar.

O que Bloomberg não conta é que sua empresa só consegue conceder esses benefícios porque vive de alugar terminais de US$1.500/mês para um setor, o financeiro, que pode pagar por isso. Sua mão de obra é altamente especializada, o que permite ter uma produtividade e valor agregado quase inigualáveis.

Se Bloomberg tentar replicar este mesmo modelo para o restante da economia, as empresas quebram. Ou começam a contratar trabalhadores informais. Conheço um país onde essa coisa de “modernizar” o contrato entre patrões e empregados, como ele diz, deu muito certo mesmo. Esse país tem um desemprego quase 4 vezes maior que o americano e os empregos não são exatamente “de qualidade”.

Bloomberg sabe como funciona a economia. Ele está mentindo, assim como ele acusa Trump de o ter feito. Mas Trump é um populista doido, enquanto Bloomberg é muito antenado com as últimas tendências do debate correto sobre as mazelas da economia. Sinceramente, prefiro Sanders ou Elizabeth Warren. Pelo menos, esses não mentem, eles realmente acreditam nas sandices que dizem.

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