O amor cega

– Amor, que cara é essa?

Edneia notou que havia algo errado assim que entrou em casa. Seu marido estava sentado no sofá, com aquele fogo nos olhos que ela conhecia de outros carnavais.

– Senta aí, Edneia.

Sinal péssimo. Chamou pelo meu nome, pensou Edneia. Nesses momentos, o apelido “Neia” era guardado na gaveta.

– O que foi, Nil, o que aconteceu? Edneia pensava que usando o apelido carinhoso de Adnilson poderia desanuviar o ambiente. Ledo engano.

– Vem ver o que me mandaram. Adnilson abriu o notebook e deu play. Ali estava claro: Edneia e um homem transando. Não havia dúvida, era Edneia. E não havia dúvida, estavam transando. O nome do motel estava em uma placa na parede. O motel ficava perto de sua casa.

– E-E-Eu posso explicar!

– Explicar o quê, Edneia! Não tem explicação isso aqui! Vou ligar para o meu advogado agora mesmo para pedir o divórcio!

– Calma, Nil, me ouça! Vou explicar!

– Ok, sou todo ouvidos, vamos lá.

– Veja, esse rapaz, ele trabalha na empresa. Ele é muito bom, está fazendo um curso de enfermagem à noite. Me convidou para um almoço nesse motel. Achei estranho, mas fui. Enquanto estávamos almoçando no quarto, ele me pediu para realizar alguns procedimentos que ele havia aprendido no curso. Foi só isso, juro!

– Então vocês foram ao motel só para almoçar?

– Isso!

– E esses movimentos são práticas do curso de enfermagem?

– Exatamente!

– Puxa, Neia, como pude desconfiar de você. Vem cá meu amor, você me perdoa?

– Claro Nil, eu sei que as coisas nem sempre são como parecem…

E se beijaram apaixonadamente.

Moral da história: o amor cega.

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