Quem paga pela mitigação das mudanças climáticas?

Apenas uma minoria das empresas multinacionais investem em “ações climáticas”, faz-nos saber reportagem de hoje. Se é assim com as multinacionais, imagine só as nacionais…

O que leva esses dirigentes a ignorar o alerta vermelho do Inmet sobre as temperaturas recordes que nos aguardam nesse fim de semana? Será que não entendem a emergência climática que vai nos carbonizar a todos muitos bilhões de anos antes da programada expansão do Sol?

A pista é dada na própria matéria: “consumidores continuam com o mesmo padrão de consumo e investidores continuam cobrando retorno”. What a surprise!

Há um gigantesco esforço regulatório para que empresas e investidores profissionais se adequem a regras de investimentos que têm por objetivo mitigar as mudanças climáticas, além de outras questões sociais que não são o foco dessa reportagem. A ideia parece simples e genial: convença os donos do dinheiro de que os consumidores e investidores estão ávidos por mitigar as mudanças climáticas, de modo que aquelas empresas e fundos de investimento que não sigam por esse caminho estão fadados à extinção.

Só que não. A realidade nua e crua é que a ameaça das mudanças climáticas ainda está longe de tocar os corações e mentes da imensa maioria dos consumidores e investidores. Por alguma estranha razão, o senso comum atribui esse calorão de fim de inverno a oscilações normais do padrão climático. E, pior: mesmo que houvesse uma consciência maior do perigo que nos ameaça, a imensa maioria simplesmente não tem orçamento para investir em mitigantes para o problema, preocupados que estão em sobreviver ao dia. Mitigar as mudanças climáticas custa caro, e ninguém está realmente disposto a pagar por isso.

Empresas e investidores profissionais não passam de escravos dos seus clientes, que são os verdadeiros “donos do dinheiro”. Se os consumidores insistem em escolher produtos pelo seu preço e investidores insistem em exigir retornos maiores, o que empresas e investidores profissionais podem fazer a respeito, a não ser obedecer a esses desejos expressos?

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