Na minha juventude (não faz muito tempo rsrsrs) havia um programa de humor na rádio 89 chamado Os Sobrinhos do Ataíde. Havia vários quadros hilários, mas um dos melhores era o do Pequeno Wilber.
O quadro sempre começava com uma musica bucólica e o narrador, com voz calma, descrevendo como o pequeno Wilber brincava sossegado e feliz. Então, a música mudava de repente e a voz se tornava dramática: um monstro qualquer aparecia e dava início ao massacre do pequeno Wilber. O toque de humor negro vinha sempre com o mote “sem braços, sem pernas, sem a cabeça, mas ainda vivo, o pequeno Wilber…” e o ouvinte tentava imaginar a cena em que os restos do pequeno Wilber falava ou tentava ainda fazer alguma coisa.
Quando vejo Paulo Guedes lembro do pequeno Wilber. Castello Branco é apenas a última perna decepada. Antes dele foram vítimas de massacre Joaquim Levy, Rubem Novaes, Salim Mattar e Paulo Uebel. Cada um deles representava um membro do pequeno Wilber de Chicago. Ainda vivo, Paulo Guedes tenta ainda desesperadamente escapar do monstro.
No esquete do rádio, o pai do pequeno Wilber ficava observando de longe o massacre do filho e, no final, dava alguma dica cretina para o filho escapar do massacre. Qualquer semelhança não é mera coincidência.