O preço de um calote

Levaremos ao menos uma geração para pagar a conta deixada pelos governos do PT.

Por Felippe Hermes

Sobre o calote da Venezuela anunciado hoje.

Entre 2009 e 2014 o governo brasileiro emprestou R$ 55 bilhões de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para que empresas brasileiras pudessem fazer obras no exterior. Cerca de R$ 72 em cada R$ 100 deste valor foi destinado a uma empresa: Odebrecht.

Em maio de 2014, o presidente do banco foi ao congresso explicar que o Brasil não estava ‘emprestando dinheiro para outros países’, mas sim para empresas.

Em outubro do mesmo ano, já nas eleições, um documento vazado do próprio BNDES (vazado pois todos os contratos e dados do banco sobre estas obras eram sigilosos) afirmava o seguinte sobre a obra do Porto de Mariel em Cuba:

O banco brasileiro emprestaria o dinheiro em um prazo de 25 anos, contra os 10 anos usuais em contratos do tipo.

O empréstimo seria feito em pesos cubanos

A garantia do empréstimo seria a receita do governo local com exportação de tabaco.

O governo negou irregularidades e o próprio relatório.

Hoje, já no segundo calote em poucos meses (além do de Moçambique no valor de R$ 700 milhões), soubemos que quem pagará a conta será o Fundo Garantidor de Exportações.

Em outras palavras: o governo tirou dinheiro do trabalhador, emprestou a taxas 3 vezes menor do que a inflação média (o que por si só causou R$ 11 bilhões em prejuízo), emprestou para os países, a Odebrecht lucrou com as obras e agora os trabalhadores pagarão o calote.

Ao final, o BNDES reportará em seu balanço a operação com lucro, afinal, recebeu o valor, e pagará aos seus empregados um bônus por “participação em resultados”.

No meio deste caminho, 3 ex-presidentes latino americanos e nada menos do que 15 ministros já foram presos ou indiciados por ligações com estas obras.

Enquanto isso, Dilma decide por qual estado disputará uma vaga no senado.

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