Falsa dicotomia

Muitos candidatos, refletindo o que pensa a maioria dos brasileiros, demonizam o “mercado”. Dizem que não vão deixar o “mercado” pilotar o país, que sua preocupação é o povo e não o “mercado”, e por aí vai.

E o que esse famigerado “mercado” quer? Austeridade fiscal e reformas liberalizantes. Ambas com um só objetivo: aumentar as chances de que o Brasil pague sua dívida, uma vez que o “mercado” é o credor do Brasil.

Se é bom para o “mercado” é ruim para o Brasil?

Esta é uma falsa dicotomia. Austeridade fiscal não é “tirar dinheiro do pobre para dar ao rentista”. Isso quem fez foi o governo, ao se endividar para patrocinar políticas populistas. Os juros de hoje são somente a consequência da falta de austeridade fiscal de ontem.

A falsa dicotomia está em contrapor “austeridade fiscal” a “bem-estar do povo”. Nada mais falso. A austeridade fiscal é o alicerce da casa. Ninguém no “mercado” seria louco de afirmar que a casa é formada somente pelo alicerce. Mas os críticos da austeridade são loucos ao afirmarem que é possível construir uma casa sem alicerces.

O Brasil é um país que avança aos trancos e barrancos. O fio condutor de sua história econômica nos séculos 20 e 21 é o desequilíbrio fiscal causado por um Estado mastodôntico sustentado por governos populistas. Constrói castelos no ar, sem alicerces, que se desmancham no ar, deixando um rastro de destruição e desperdício de recursos. Quando vamos acordar para a realidade?

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