O mercado financeiro tem como esporte ser enganado.
Com Dilma foi a mesma coisa. Dilma veio com um discursinho de eficiência e rigor fiscal que encantou boa parte do mercado durante um bom tempo. A intervenção no setor elétrico foi um choque de realidade. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, o mercado deu um voto de confiança quando Joaquim Levy foi apontado como ministro da Fazenda. Dilma havia, finalmente, se rendido à realidade.
Este é o problema do mercado: achar que todo político, mais cedo ou mais tarde, vai se render à realidade. Não lhes ocorre que, talvez, esse tipo de político ideológico realmente acredite na eficácia de medidas sabidamente ruins. Dilma se achava muito “pragmática”, palavra especialmente apreciada pelo mercado.
Lula foi o único petista capaz de surpreender e de ser realmente pragmático. Ou seja, sem escrúpulos de ganhar uma eleição com um discurso de esquerda e governar com um programa de direita. E sua ascendência sobre o partido lhe permitiu fazer isso por um tempo.
Haddad não tem ascendência sobre o partido e está longe de ser um pragmático. Trata-se de um scholar preso a esquemas ideológicos muito bem definidos.
Não se deixe enganar pelo canto das sereias. Se Haddad for eleito, corra para as montanhas.