Não há solução

Falamos hoje do BRT carioca, objeto de matéria no Estadão. Coincidentemente, O Globo publicou matéria sobre o teleférico do Alemão (leia aqui), obra que custou R$ 253 milhões de recursos do finado PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e está parado há 3 anos, por falta de condições de manutenção. Os cabos são importados, e não há recursos para troca-los, como seria necessário.

O teleférico do Alemão é exemplo acabado da doença primeva da administração pública brasileira: somos craques em inaugurar, mas pernas de pau em manter. Quando os políticos têm um dinheiro sobrando, vão correndo inaugurar alguma coisa nova. Como aquilo vai ser mantido ao longo do tempo, é problema que será resolvido pelo próximo político. As emendas parlamentares, em grande parte, são isso: verbas para construir e inaugurar coisas.

Isso vale também para a contratação de pessoas e aumento de salários: quando sobra dinheiro, é um festival de contratações e aumentos salariais para o funcionalismo; no tempo das vacas magras, falta dinheiro para pagar os salários. E assim vamos.

Tem solução? Sim: basta que os políticos deixem de ser populistas, e somente invistam em obras se houver recursos no orçamento para mantê-las ao longo do tempo.

Pensando bem, não há solução.

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