Todo mundo depende do Estado

45% da população está recebendo algum auxílio do Estado. Quarenta e cinco por cento!

É muito? É muito.

Mas, e se eu te disser que é muito mais que isso? É muito mais que isso.

Nesses 45% não estão computados todos os aposentados que recebem de um INSS quebrado, que precisa de dinheiro do governo para pagar as aposentadorias.

Nesses 45% não estão computados os empregos mantidos por empresas que sobrevivem somente porque recebem subsídios do governo, como as da Zona Franca de Manaus.

Nesses 45% não estão computados todas as famílias que têm filhos estudando em universidades públicas.

Nesses 45% não estão computados todos os que se beneficiam de deduções no imposto de renda.

Nesses 45% não estão computados todos os que, de alguma maneira, recebem subsídios do governo para exercerem suas atividades profissionais, como os PJs que na verdade são PFs e as empresas do Simples.

Nesses 45% não estão computados todos os funcionários do Estado, ativos e inativos, que são legião.

Etc.

Enfim, será difícil encontrar alguém nesse Brasilzão que não tenha algum auxílio vindo do Estado. O Bolsa Família atual custa R$34 bilhões/ano, e consta que o novo Renda Brasil vai custar algo próximo de R$50 bilhões. Isso em um orçamento de R$3.250 bilhões. Os outros R$3,2 trilhões vão para todos os brasileiros, os que recebem Bolsa Família e também os que não recebem. Qual a fatia de um e de outro? Talvez uma reforma do Estado que visasse a diminuição da desigualdade devesse começar por essa pergunta.

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