Vivendo no mundo da utopia

O colunista Thomas Friedman, do NYT, é insuspeito no que se refere à pauta ambientalista. É crente das mudanças climáticas provocadas pelo Homem e, portanto, da mudança urgente da matriz energética. Portanto, tem autoridade para descascar os ambientalistas puros, que pretendem mudar a matriz com um “apertar de botão”, segundo expressão por ele utilizada no artigo.

Friedman crítica principalmente a falta de entendimento dos ambientalistas no que concerne à necessidade da construção de linhas de transmissão entre as fazendas eólicas e de energia solar até os centros consumidores de energia. A única forma de produzir energia no lugar em que vai ser consumida é através da queima de combustíveis fósseis, pois somente nessa forma é possível transportar energia em forma sólida ou líquida com caminhões e trens. Um dia, quem sabe, teremos baterias tão eficientes que será possível carregar uma do tamanho de um container e carregá-la de caminhão para suprir as necessidades de uma cidade por muito tempo. Ainda estamos distantes, muito distantes, desse dia.

Até que esse dia chegue, linhões serão necessários para transportar a “energia limpa” produzida. Mas, nos EUA, Bernie Sanders e seus companheiros votaram contra uma legislação que tinha como objetivo agilizar o licenciamento ambiental para a instalação de linhas de transmissão. O articulista conta o caso de um empresário que levou nada menos que 17 anos para conseguir as licenças necessárias para construir um linhão de sua fazenda éolica no Wyoming até onde a eletricidade seria consumida, Las Vegas.

Quem lê essa página vai lembrar de algo muito semelhante: a epopeia do linhão Manaus-Boa Vista, projeto que está parado por um contencioso com uma tribo indígena que conta com duas mil almas em um território equivalente ao estado de Sergipe. Coincidentemente, reportagem de ontem aborda o problema pela enésima vez nos últimos 10 anos.

Como o linhão atravessa a reserva indígena, precisa do “de acordo” dos índios. Enquanto isso, nada feito, e a energia de Roraima continua sendo suprida com a queima de combustíveis fósseis. Os ambientalistas, que se colocam em defesa dos índios, provavelmente acreditam que a ”energia limpa” será entregue nas casas de Roraima de disco voador. (Escrevi extenso artigo sobre este tema, aqui).

O caso de Roraima não é exceção, é regra. Assim como nos EUA, o licenciamento ambiental no Brasil é um pesadelo. Como Thomas Friedman, não sou contra a que se respeite o meio-ambiente no momento da construção de grandes obras de infraestrutura. Mas, enquanto a classe média continuar, no dizer do articulista, a “consumir vorazmente energia” (o que inclui os ambientalistas aboletados em seus confortáveis apartamentos e carros), será preciso fazer escolhas. E, uma delas, é tornar mais flexível a legislação para a construção de linhões de transmissão ou aceitar a queima de combustível fóssil para a geração de energia. Não escolher entre as duas coisas é viver no mundo da utopia.

O consumidor quer só consumir

Reportagem sobre a cada vez mais onipresente Shein, que já ultrapassou a Amazon em número de downloads nos EUA. A matéria começa com a descrição de um verdadeiro “assalto” a uma loja da Shein no Texas, que me lembrou a liquidação anual da Magazine Luiza (ainda existe isso?)

Mas, claro, grande parte da matéria se dedica às “polêmicas” que cercam a loja chinesa: “remuneração justa”, “preservação do meio-ambiente”, “incentivo ao consumismo que degrada o planeta”.

No entanto, apesar de tudo isso, a Shein é um fenômeno. E é um fenômeno justamente junto àquela geração que, nos convenceram, está mais preocupada com o meio-ambiente, a geração Greta, aquela que vai mudar o mundo.

Esta aparente contradição, no entanto, pode ser facilmente explicada. O ponto é que a clivagem a respeito da pauta ambiental não é de idade, mas de renda. Somente as classes A e B, que já têm as suas necessidades de consumo mais ou menos resolvidas e podem gastar um pouco mais em “consumo consciente”, podem se dar ao luxo de se preocuparem com o meio-ambiente. Da classe C para baixo, que se preocupa em sobreviver, consumo consciente significa gastar o mínimo possível para morar, comer e se vestir. Qualquer que seja a idade. Para esse público, empresas como a Shein são uma benção.

Claro que os executivos da Shein são espertos. Ao longo da reportagem, são citados comunicados da empresa que fazem chegar ao grande público a preocupação da Shein com eventuais “desvios de conduta”. Como se fosse possível vender os produtos que vende pelo preço que vende sem atuar na fronteira do aceitável, ambiental e socialmente falando. Mas colocar-se como uma empresa “preocupada” não custa nada, a não ser alguns comunicados, que servem para deixar seus clientes com a consciência tranquila.

O incrível sucesso da Shein é prova cabal de que a preocupação com a sustentabilidade passa longe da maioria das pessoas, que simplesmente buscam os melhores produtos pelos menores preços. Achar que as empresas ou os governos podem liderar uma cruzada pela sustentabilidade sem considerar o consumidor na equação é auto-iludir-se.

A solução para a crise climática é sempre dos outros

O colunista do Washington Post está preocupado com o aquecimento global, e sugere uma série de medidas práticas que poderiam desacelerar imediatamente o processo. Sua tese é de que, ao focar em “energias alternativas” que não existem hoje, estaríamos perdendo um tempo precioso. No caso, o ótimo seria inimigo do bom, e estaríamos em melhores condições com medidas simples. As medidas propostas por Zakaria são as seguintes (mesmo não sendo colunista famoso de jornal famoso, comento cada uma delas em seguida):

1. Conversão de usinas termelétricas a carvão para gás natural. Segundo Zakaria, o gás natural emite metade do dióxido de carbono do carvão.

Meu comentário: gás natural tem um problema: é preciso construir gasodutos até a usina. Ou liquefazer para o transporte via terrestre, e regaseificar em uma unidade própria para isso. Ou seja, é necessário algum investimento. Fora a questão do custo, há o problema geopolítico. A Europa, que voltou a usar carvão, que o diga.

2. ”Regulações inteligentes e rígidas” que deem uma solução técnica para a produção de metano na agricultura, em aterros sanitários e, vejam só, na extração do gás natural, a solução apontada no item acima.

Meu comentário: não há o que comentar quando a sugestão se reduz a “regulações inteligentes e rígidas”.

3. Reativação e construção de usinas nucleares.

Meu comentário: essa sim é uma solução estrutural. Zakaria diz que “devemos continuar trabalhando em novos projetos de reatores menos propensos a derretimentos”. Ok, mas a julgar pelas suas próprias palavras no início, não devemos esperar o ótimo para implementar o bom. Energia nuclear já! Claro que Zakaria, assim como cada um de nós, provavelmente não se vê morando ao lado de uma usina nuclear. Afinal, o problema da energia precisa ser resolvido, desde que o risco fique longe.

4. Plantar 1 trilhão de árvores. Parece que essa é a ideia de um par da Greta, o menino Félix Finkbeiner. Aos 9 anos, o “jovem ambientalista” (na definição de Zakaria) propôs que cada país plantasse 1 milhão de árvores e, aos 13, propôs na ONU o plantio de 1 trilhão de árvores no mundo inteiro.

Meu comentário: Eu realmente fico curioso como se dão esses processos midiáticos em que alguém tem uma ideia qualquer, mas que se transforma em algo repercutido por um colunista do Washington Post. Se cada árvore ocupar um metro quadrado, estamos falando de uma área equivalente ao Egito somente em árvores. Ou, de outra forma, são 1.250 árvores por habitante do planeta. Fica o desafio de encontrar essa área ADICIONAL que não sejam desertos quentes ou gelados, ou não sejam usados para agricultura, ou não estejam ocupados por cidades. Boa sorte.

É a isso que se resume “as soluções para reverter a crise climática”.

Meu comentário final: Zakaria começa seu artigo afirmando que o grande risco do aquecimento global é a fome nos trópicos e, por consequência, grandes fluxos migratórios para as regiões temperadas, EUA e Europa. Ou seja, Zakaria não esconde que sua preocupação é com um bando de famélicos batendo à porta de seu confortável apartamento, aquecido no inverno e refrigerado no verão com a energia que está aquecendo o planeta. Em nenhum momento de seu artigo Zakaria sugere algo que mude o seu próprio conforto. A solução está sempre “fora”, em algo que “os outros” poderiam estar fazendo e não estão. E, ironia das ironias, combater o aquecimento global tem como objetivo que hordas de pobres não venham atrapalhar o seu próprio conforto, que é, em última análise, o que vai provocar a corrente migratória.

Com o perdão da palavra, estou de saco cheio desses “ambientalistas” que não abrem mão do conforto que o aquecimento global lhes proporciona.

PS.: não vou entrar no mérito sobre quanto a ação humana é ou não responsável pelas mudanças climáticas. Meu objetivo foi só apontar a contradição.

Ranking da performance climática

O Climate Change Performance Index (CCPI) é um índice que compara um conjunto de 60 países em 4 categorias: 1) emissões de gases de efeito estufa; 2) energia renovável; 3) uso de energia em geral e 4) políticas climáticas. Com exceção deste último, que é medido através de questionários respondidos por especialistas, os 3 primeiros itens são medidas objetivas. O primeiro item vale 40%, enquanto os 3 outros valem 20% cada um.

O Brasil até que não se sai tão mal. No ranking geral, o país aparece em 30o lugar (exatamente no meio), com 55,17 pontos em 100 possíveis. O primeiro lugar é da Dinamarca, com 76,92 pontos, enquanto o último lugar é do Casaquistão, com 19,81 pontos. Apenas como referência, o Canadá tem 26,73 pontos (57o lugar), a Austrália tem 30,41 pontos (54o lugar) e os EUA têm 37,90 pontos (51o lugar).

O Brasil se sai melhor nas características objetivas. Em termos de emissão de gases de efeito estufa, mesmo tendo um dos maiores rebanhos do mundo, estamos em 27o lugar, com 24,69 pontos de 40 possíveis. Em termos de energia renovável, estamos em 7o lugar, com 12,70 pontos de 20 possíveis, e em termos de uso de energia, estamos em 5o lugar, com 15,67 pontos de 20 possíveis. O que nos puxa para baixo é o critério de “políticas ambientais”, em que estamos em 58o lugar, com apenas 2,11 pontos de 20 possíveis.

Achei interessante este ranking porque corrobora os discursos de ambos os lados do espectro político. Sempre que se critica o Brasil em termos de políticas ambientais, aparece alguém (normalmente apoiador do governo) para lembrar que somos um país que tem uma matriz energética renovável e não temos toda essa culpa pela emissão de gases de efeito estufa. E isso é verdade, segundo o ranking. Por outro lado, quem critica o governo também tem razão, porque, em termos de políticas ambientais, somos um fiasco, segundo este ranking.

Em outras palavras, como em toda discussão política, cada um puxa a sardinha para o seu lado, e defende a realidade conforme a vê do seu próprio ponto de vista, de acordo com suas convicções políticas formadas anteriormente. Este ranking mostra que ambos os lados têm razão.

A autossustentável leveza do ser

Quando li a chamada, pensei: “Uau, finalmente um lugar que verdadeiramente coloca em prática os preceitos de um planeta sustentável”. Esperava ler relatos de como os habitantes da ilha sobreviviam sem o fornecimento externo de comida, roupas e toda a lista de etceteras que fazem as delícias da civilização e são os responsáveis pela degradação ambiental. Saí de mãos abanando.

O máximo que tem são engenhocas que permitem, até onde entendi, sobreviver sem o fornecimento externo de eletricidade. Talvez o “autossustentável” do título da matéria se refira exclusivamente a isso. O problema é que o meio ambiente está se degradando não somente pela produção de eletricidade para climatizar adega (como aponta a reportagem), mas também, e principalmente, pela produção e transporte do vinho. Em outras palavras, produzir eletricidade para climatizar adega é a parte fácil, quero ver produzir todas os confortos da civilização de maneira autossustentável.

De fato, a reportagem não fala em uma ilha “autossuficiente”, em que um Robinson Crusoé sobrevive totalmente isolado da civilização. Isso sim, seria algo digno de nota. Veríamos, na prática, o mundo dos sonhos de Greta Thunberg. Mas não, é só uma ilha autossustentável, o que quer que isso signifique.

Para visitar a ilha é preciso desembolsar a bagatela de R$ 230 por pessoa. Até uma ilha autossustentável precisa do dinheiro corrente do mundo não sustentável para se sustentar. Talvez porque precise comprar materiais e contratar mão de obra que somente são possíveis de comprar e contratar em um mundo não sustentável. Não há mágica que se autossustente.

A má-vontade construída

EUA e China lideram o ranking de emissores de gases de efeito estufa.

Mas é o Brasil que será o alvo das atenções na semana do clima.

Isso porque os países com as maiores dívidas com o dito combate às alterações climáticas encontraram uma aliado de peso: a retórica inflamada do presidente brasileiro.

Na comunicação, controlamos o que dizemos, mas não o que o outro entende. Ao reafirmar estridentemente a soberania brasileira sobre a Amazônia, Bolsonaro quer dizer que a preservação da região é responsabilidade do País, e vamos cumprir nosso dever dentro dos nossos interesses. Os receptores da mensagem, no entanto, entendem que o Brasil vai destruir tudo mesmo e ninguém tem nada a ver com isso. Reforça esse entendimento a retórica do “vocês também desmataram, por que eu não posso?”.

Óbvio que há uma má-vontade da imprensa global com relação a Bolsonaro. Mas essa má-vontade é cuidadosamente cultivada pelo presidente, que não perde oportunidade de “lacrar” para o seu público interno.

O problema é quando essa má-vontade extrapola o âmbito das redações e redes sociais e vaza para as relações diplomáticas e comerciais. Via de regra, os países são pragmáticos na condução de seus negócios, e não se deixam contaminar por “embates ideológicos”. Não fosse por isso, a China seria um pária internacional. Dentro desse pragmatismo, EUA, Europa e China encontraram o vilão perfeito do clima na figura do presidente incendiário. Falta pragmatismo ao lado brasileiro.

As baterias de lítio não vão salvar o planeta

Quem tem um telefone celular sabe qual é o seu ponto fraco: a bateria. Obviamente não tenho estatísticas, mas sou capaz de apostar que a maioria das pessoas troca de celular (e de notebook) por causa do fim da vida da bateria. Além de ficar a vida inteira desesperado atrás de uma tomada para recarregar.

Baterias têm vida útil e autonomia limitadas. Este é o problema quando se trata de substituir motores a combustão. Fora que o petróleo é muito mais barato por unidade de energia produzida.

Considera-se a energia elétrica uma “energia limpa” porque não produz gases de efeito estufa. Mas baterias estão longe de ter impacto zero no meio-ambiente. O descarte de baterias é um problema ambiental sério, somente comparável ao descarte de material radioativo. Só não é um problema hoje porque usamos baterias somente para os nossos brinquedinhos. Quando for para substituir pra valer motores a combustão, na indústria e nos automóveis, veremos o tamanho do pepino.

Além disso, baterias não PRODUZEM energia. Baterias apenas ARMAZENAM energia. A energia deve ser transferida de algum lugar. Quando carregamos uma bateria, estamos transferindo a energia armazenada em algum outro depósito. Adivinhe de onde? Acertou: petróleo, no caso dos países desenvolvidos, carvão no caso da China e quedas de rios no caso do Brasil. A origem da energia será a mesma, com o mesmo impacto ambiental (agravado pelas baterias inutilizadas). A vantagem será apenas menor poluição nas cidades.

A solução definitiva virá quando conseguirmos substituir o petróleo e o carvão como “energia armazenada”. Usinas eólicas são uma alternativa, mas ainda muito mais caras do que o petróleo. Energia nuclear é outra alternativa viável, mais barata do que petróleo. Mas Chernobyl e Fukushima nos fazem lembrar que esse negócio de energia limpa tem seus riscos.

O Nobel de Química foi mais do que merecido. Sem a invenção da bateria íon-lítio eu não poderia estar escrevendo este post, e toda uma indústria de dispositivos móveis não teria vindo à luz. Mas ligar as baterias à defesa do meio-ambiente, como fez a comissão do Nobel, só atende à agenda politicamente correta de Greta Thunberg. Que já deve estar se preparando para a entrega do seu Prêmio Nobel da Paz. Não precisará ir de veleiro ao evento, bastará um carro elétrico para se deslocar até o local em sua cidade natal, Estocolmo.

O ambientalismo da Vila Madalena

Jeffrey Sachs, renomado economista americano e diretor de um departamento de sustentabilidade da ONU, concede longa entrevista hoje no Valor. São muitos as pérolas que poderiam ser destacadas, mas acho que o trecho abaixo resume bem a bolha onde esse pessoal vive.

Segundo Sachs, é questão de pouco tempo para que “as pessoas” se perguntem de onde está vindo o alimento que comem, e rejeitem soja que tenha vindo de áreas desmatadas da Amazônia.

Não vou nem entrar no mérito do que se considera “Amazônia” no critério da ONU. Deve ser tudo que estiver acima da Barra da Tijuca. A questão é outra: assumir que a imensa maioria da população global, que não tem onde cair morta, vai olhar para a embalagem do produto e verificar se é “desmatamento free”.

Nos mercados descoladas da Vila Madalena ou do Leblon, é comum encontrarmos produtos “orgânicos”, cultivados sem (ave-maria cruz-credo) agrotóxicos. Obviamente, muito mais caros do que os produtos “comuns”. Ora, se as pessoas, por pura limitação econômica, não se recusam a ingerir comida “envenenada”, que dirá sobre a preservação das árvores da Amazônia.

Esse pessoal vive na bolha dos 0,1% mais ricos da população, onde a comida é farta e pode ser escolhida com critérios “corretos”. No mundo real, a Índia está comemorando o fim da defecação a céu aberto, conforme notinha também reproduzida aqui.

Ambos os textos retirados do jornal O Estado de São Paulo

A China precisa alimentar mais de 1 bilhão de pessoas (e o Brasil mais de 200 milhões) do jeito que der. Quando todos os habitantes do planeta puderem consumir duas mil calorias por dia, daí talvez possamos começar uma discussão sobe “conscientização”. Aliás, os plantadores de soja conseguem fornecer proteínas para esse mundaréu de gente com um impacto ambiental bastante limitado, dado o tamanho do desafio.

Em outro ponto da entrevista, Sachs afirma que quem está contra as ações para conter as mudanças climáticas só está pensando no dinheiro. Pode ser. Mas eu diria que o grande problema dessas ações é combinar o jogo antes com aqueles que NÃO TEM dinheiro. Esses é que, no final do dia, teriam que pagar, com suas próprias vidas, pelas políticas ambientalistas.

Contradições do capitalismo

Milhares de jovens protestando ao redor do mundo contra as mudanças climáticas.

Milhares de jovens reunidos no Rock In Rio, evento que deve ter uma pegada de carbono do tamanho do Corcovado.

E a Globo News cobrindo ambos os eventos com o mesmo entusiasmo.

Deve ser a isso que chamam de Contradições do Capitalismo.

O mundo dos adultos

Observando essa Greta, não consigo deixar de lembrar do filme Juno. Quem não assistiu, assista, por favor.

Juno é uma adolescente de 16 anos que engravida, e resolve doar seu filho para um casal. Ela não sabe, mas vai se envolver em uma trama acima do que pode compreender naquela altura de sua vida.

Em determinado momento, o marido e futuro pai adotivo diz a ela algo assim (cito de memória): “Este é o mundo adulto, você ainda não é capaz de compreender”.

Greta, este é o mundo adulto, você ainda não é capaz de compreender.